TEMAS GERAIS
10% das maiores empresas dos EUA agora têm CEOs mulheres
Os grandes avanços só são possíveis por causa dos inúmeros pequenos passos dados antes.
Em 07/02/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A presença de mulheres na liderança melhora a maneira como as companhias pensam sobre mulheres.
No dia 1º de janeiro de 2023, mais cinco mulheres passaram a ocupar cargos de CEOs nos das empresas Fortune 500 – grupo das 500 maiores empresas dos EUA –, totalizando 53 mulheres em tal posição nesse conjunto de companhias. Isso significa que, pela primeira vez na história, mais de 10% das empresas da Fortune 500 têm CEOs mulheres – porcentagem que ficou em 8% por muito tempo.
É justo se perguntar se vale celebrar esse aumento de 2% das mulheres CEOs, especialmente porque ainda está claro que ainda temos que nos esforçar para ter igualdade de representação nesses cargos – quase cinco vezes mais do que temos atualmente. Entretanto, essas vitórias, apesar de pequenas, importam. Os grandes avanços só são possíveis por causa dos inúmeros pequenos passos dados antes. Então, antes de voltarmos ao trabalho, temos que reconhecer onde chegamos por meio da celebração das histórias das mulheres que nos fizeram chegar à porcentagem de 10%.
Confira quem são as cinco novas CEOs de algumas das maiores empresas dos EUA:
1. Karla Lewis, CEO da Reliance Steel & Aluminum
Sendo ótimos exemplos de como o fluxo de promoções deveria funcionar para mulheres, todas as cinco promoções ao cargo de CEO na virada do ano aconteceram dentro das organizações. Karla Lewis tornou-se CEO da Reliance Steel & Aluminum depois de trabalhar mais de três décadas na multibilionária companhia de metais. Lewis entrou na Reliance em 1992 como controladora corporativa e subiu a escada corporativa ocupando diversas posições, desde CFO até vice-presidente executiva sênior.
2. Julia Sloat, CEO da AEP (American Electric Power)
Outra especialista na empresa que ela agora lidera é Julia Sloat, que é a sétima e mais nova CEO da AEP (American Electric Power), uma companhia de Ohio que atende mais de 5 milhões de consumidores em 11 estados norte-americanos. Sloat entrou na companhia em 1999 como uma analista sênior e já foi CFO e COO da companhia. Sua ternura chega em um momento crítico para a AEP, com a transição da empresa dos combustíveis fósseis para recursos de energia renovável.
3. Jennifer A. Parmentier, CEO da Parker Hannifin
Também da indústria de materiais e manufaturas, Jennifer A. Parmentier entrou no cargo de CEO da Parker Hannifin, a secular companhia de tecnologias de movimento e controle e que cria soluções para os ramos aeroespacial, de painéis solares, de turbinas eólicas, entre outros. A executiva se uniu à empresa em 2008 como gestora de fabricação e, desde 2021, é a sua COO.
4. Stephanie Ferris, CEO da FIS (Fidelity National Information Services)
Uma das mulheres mais poderosas no ramo das fintechs, Stephanie Ferris é, agora, CEO da FIS (Fidelity National Information Services), depois de oficialmente tomar o cargo algumas semanas antes do que o planejado. Uma veterana com 28 anos na indústria de fintechs e finanças, Ferris entrou na FIS como CFO da Worldpay, firma de software que havia sido comprada pela FIS em 2008. Ela rapidamente assumiu papéis de liderança na companhia, incluindo as posições de COO e CAO.
5. Maria Black, CEO da ADP (Automatic Data Processing)
Outra líder global do ramo de tecnologia, Maria Black se tornou CEO da ADP (Automatic Data Processing), passando a liderar a companhia de tecnologias de RH e remuneração como sua sétima CEO. Uma funcionária longeva da empresa, Black entrou na ADP em 1996 como associada de vendas. Sua carreira de sucesso a fez assumir cargos cada vez mais altos, incluindo diretora-geral de serviços do empregador e presidente global de vendas e marketing da companhia.
Os impactos da maior liderança feminina
É notável que cada uma dessas cinco CEOs tiveram carreiras históricas, muitas através de décadas, nas companhias que elas agora lideram. Isso mostra a importância de contratar mulheres em todos os níveis de senioridade e apoiar suas carreiras e crescimentos em cada estágio e ao longo de suas promoções. Além disso, cada uma delas foi nomeada CEO com a mensagem de progresso e o significado de que suas lideranças irão guiar suas respectivas organizações ao futuro – as palavras “futuro”, “amanhã”e inovação foram muito mencionadas –, o que faz sentido no atual cenário corporativo.
A presença feminina na liderança corporativa cria efeitos cascata nas suas organizações. Ela até mesmo melhora a maneira como as companhias pensam sobre mulheres – pesquisadores descobriram que ter mais mulheres em cargos de liderança desmancha os estereótipos que seguram o crescimento das mulheres. Ainda, mulheres são mais propensas do que homens a contratar mulheres, o que significa que uma representação mais igualitária no C-suíte pode acarretar em uma melhor representatividade em todos os níveis corporativos.
Estudos também mostram que quanto mais mulheres no topo das companhias, mais saudável será a cultura de trabalho – para homens e mulheres de forma semelhante –, maiores chances das conquistas femininas serem reconhecidas e mais provável das mulheres serem promovidas.
Então sim, 10,6% dos CEOs das companhias Fortune 500 serem mulheres pode não parecer um marco tão relevante, mas é um importante passo para a igualdade. Cada trincheira que avançamos e cada barreira que rompemos nos traz mais perto da paridade. Enquanto não quebramos o “teto de vidro”, graças aos obstáculos do meio corporativo, com certeza o levantamos. (Liz Elting, da Forbes)
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