SAÚDE
21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down
A fisioterapia é essencial para melhor desenvolvimento de crianças, explica o especialista.
Em 18/03/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Especialista Ozair Argentille frisa importância da intervenção precoce para prevenir possíveis complicações decorrentes da Síndrome de Down.
Um olhar atento para o desenvolvimento motor de crianças com Síndrome de Down pode contribuir significativamente para sua qualidade de vida. Neste 21 de março, data reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para defender a inclusão e bem-estar de pessoas com essa condição, o professor de Fisioterapia da Estácio, Ozair Argentille, fala sobre a importância do tratamento preventivo precoce.
“Não existe idade específica para iniciar a reabilitação por Fisioterapia nas crianças com Síndrome de Down, mas é muito importante que seja desde bebê, porque é um tratamento que vai prevenir possíveis complicações decorrentes da síndrome. É importante lembrar que a Fisioterapia não acelera o progresso dessas crianças, mas facilita o bom padrão nos movimentos conforme elas crescem e avançam no tratamento”, explica.
Desenvolvimento motor
Com ações em que o bebê reage a estímulos que favorecem o desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades, são inúmeros os benefícios que a intervenção precoce traz. No primeiro momento, uma aprimoração nos processos de sentar, engatinhar, rolar e andar são notáveis, diz o fisioterapeuta.
“A longo prazo, é importante porque conseguimos reduzir possíveis déficits ou prejuízos que a criança possa vir a apresentar: se consegue melhorar o alinhamento postural, ter uma deambulação mais acertada, fazer com que os padrões motores sejam mais eficazes”, incentiva Ozair.
Entretanto, o especialista alerta para a importância de, antes de iniciar o processo fisioterapêutico, se tenha a liberação médica para que a criança portadora de Síndrome de Down possa fazer algum tipo de exercício.
“Muitas vezes, as crianças possuem comorbidades relacionadas à Síndrome, como por exemplo, cardiopatias, então é importante o aval médico para que não haja complicações durante o processo de reabilitação. Além disso, o fisioterapeuta também realiza uma avaliação para saber se o paciente está elegível ou não para iniciar qualquer tipo de tratamento”, avisa.
Trissomia do cromossomo 21
Atualmente, estima-se que no Brasil quase 300 mil pessoas têm a trissomia do cromossomo 21, uma síndrome genética, e não uma doença, caracterizada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo.
Além do acompanhamento profissional, a participação da família é essencial para a reabilitação de uma criança com Síndrome de Down.
“O profissional da Fisioterapia pode indicar como ‘tarefa de casa’, por exemplo, brincadeiras que estimulem a criança a pegar diferentes objetos, texturas, tamanhos e cores. Só esse momento lúdico desperta e desenvolve estímulos na criança, aos poucos melhorando o processo deficitário que algumas podem apresentar”, finaliza.
Saiba mais: O diagnóstico
Ainda durante a gestação, é possível fazer testes para diagnosticar a mutação. A maioria dos testes de rastreio envolvem exames de sangue e ultrassom. Segundo um artigo publicado pela National Down Syndrome Society, novos testes já são capazes de coletar o material genético do feto que circula no sangue materno, em um procedimento não invasivo.
A Síndrome de Down também pode ser identificada após o nascimento do bebê, por meio da observação de traços físicos característicos de pessoas portadoras da falha, como:
- fraqueza muscular;
- apenas uma linha na palma da mão;
- face plana;
- olhos oblíquos;
- mãos largas e dedos curtos;
- maior distância entre o dedão do pé e os outros dedos;
- pescoço e nariz largos;
- junção das sobrancelhas;
- orelhas pequenas;
- cabelo fino e ralo.
(Por Benahia Figueiredo - P6 - *Com colaboração AsImp HSM-SP)
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