ECONOMIA INTERNACIONAL

Ações financeiras pressionam bolsas da Ásia e do Pacífico

A crise da Coreia do Norte e um novo furacão que ameaça atingir a Flórida, são os motivos.

Em 06/09/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em baixa nesta quarta-feira, em meio a incertezas sobre a perspectiva de juros dos EUA, a crise da Coreia do Norte e um novo furacão que ameaça atingir a Flórida.

Ações financeiras negociadas na Ásia ficaram pressionadas após Lael Brainard, diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), afirmar ontem que a instituição precisa ser cautelosa em relação a futuros aumentos de juros até que esteja confiante de que alcançará sua meta de inflação de 2%.

O comentário de Brainard alimentou preocupações sobre o setor bancário global, cujas margens ficaram comprimidas durante boa parte da última década num ambiente de taxas de juros baixas.

Recentes sinais de inflação fraca nos EUA têm gerado dúvidas sobre a possibilidade de o Fed elevar juros pela terceira vez ainda este ano.

Em Nova York, o setor financeiro liderou as perdas ontem e os três principais índices acionários – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – tiveram a maior desvalorização diária em três semanas.

Em Tóquio, o índice japonês Nikkei caiu 0,14% hoje, em seu terceiro pregão negativo, a 19.357,97 pontos. Entre papéis financeiros, Nomura e Mitsubishi UFJ recuaram 2,7% e 1,4%, respectivamente. Já em Hong Kong, o Hang Seng teve baixa de 0,46%, a 27.613,76 pontos, com queda de 1,3% do HSBC.

No radar

Continuam no radar os desdobramentos da crise na Península Coreana, após a Coreia do Norte ter realizado seu sexto e maior teste nuclear, no último domingo. Ontem, um diplomata norte-coreano disse que seu país está preparado para entregar “pacotes de presentes” aos EUA se a Casa Branca continuar pressionando Pyongyang. A Coreia do Sul, por sua vez, acredita que o regime norte-coreano prepara um novo teste com míssil balístico.

Além disso, investidores acompanham a trajetória do Irma, um poderoso furacão de categoria 5 que atingiu as primeiras ilha do Caribe na madrugada desta quarta com ventos de até 295 quilômetros por hora. Existe a possibilidade de que a tormenta chegue à Flórida no fim de semana.

Em outras partes da região asiática, o sul-coreano Kospi caiu 0,29% em Seul, a 2.319,82 pontos, enquanto o Taiex cedeu 0,66% em Taiwan, a 10.547,86 pontos, e o filipino PSEi registrou baixa de 0,81% em Manila, a 7.983,97 pontos.

Os mercados chineses foram exceção hoje na Ásia e terminaram os negócios em tom positivo. O Hang Seng mostrou alta apenas marginal, de 0,03%, mas renovou máxima em 20 meses, a 3.385,39 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,38%, a 1.979,53 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana também seguiu Wall Street e as ações dos quatro maiores bancos domésticos caíram. O índice S&P/ASX 200 terminou o pregão em Sydney com baixa de 0,29%, a 5.689,70 pontos. Dados oficiais publicados no fim da noite de ontem também mostraram que a economia da Austrália cresce em ritmo um pouco mais lento do que o esperado. No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) australiano teve expansão anual de 1,8%, ante previsão de analistas de 1,9%.

(Foto: Stringer/Reuters)