CIDADANIA
Agricultora familiar leva a Roma projeto de combate à insegurança alimentar.
Ex-beneficiária do Bolsa Família, Josefa da Silva apresenta em reunião da FAO.
Em 16/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Para evitar o desperdício das frutas produzidas pelos 92 integrantes da Associação de Agricultores Familiares de Aimorés (MG), a produtora Josefa Cândida da Silva, 24 anos, teve a ideia de construir uma unidade de beneficiamento para elaborar doces orgânicos. “Com a agroindústria, além de aproveitarmos as frutas que estavam estragando, vamos comprar os alimentos dos agricultores da região e ainda gerar empregos para os moradores da nossa cidade”, explica.
Filha de agricultores familiares e ex-beneficiária do Bolsa Família, Josefa foi a única brasileira escolhida pelo concurso realizado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) para apresentar sua iniciativa de combate ao desperdício de alimentos. Ela participa da 42ª Sessão Plenária do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que segue até sexta-feira (16), em Roma, na Itália.
Para Josefa, a oportunidade de apresentar sua ideia em Roma é muito gratificante. “Espero incentivar muitos outros jovens a desenvolverem projetos dessa natureza e colocarem em prática. Isso pode ajudar muita gente”.
O projeto está em andamento. Com a estrutura pronta, agora os agricultores estão arrecadando dinheiro para comprar os maquinários. “Precisamos de R$ 50 mil. Montamos um site para que as pessoas possam doar. Também fazemos festas na cidade para conseguir alcançar a meta”, conta.
A agricultora explica que o carro-chefe da indústria será a banana, fruta mais produzida na região. Mas também terá doces de outras frutas, como laranja, jabuticaba, mamão, mexerica e maracujá.
Merenda escolar
Além das frutas, os agricultores da região produzem verduras e hortaliças. Todos eles vendem para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “Nós entregamos para 29 escolas do município e outras cinco escolas do Estado de Minas Gerais”, explica.
À frente da associação, junto com o marido, Josefa tem contato direto com as escolas que recebem os alimentos. “Converso com as diretoras, nutricionistas e merendeiras e elas contam sempre que as crianças gostam muito das frutas e verduras”. Ela acrescenta que, como os produtos não têm agrotóxicos, eles contribuem para a segurança alimentar e nutricional das crianças.
No momento, a associação está fechando um novo contrato com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de R$ 360 mil para a entrega de alimentos para o PAA. Josefa diz que vender para esses programas é muito vantajoso para os agricultores. “É um dinheiro certo que nós recebemos. Conseguimos vender os produtos pelo valor de mercado e o pagamento é rápido”.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome