CIDADANIA
Agropecuária brasileira crescerá 2,4% em 2016.
O milho foi destaque nas exportações do agronegócio, que tiveram aumento de 17%.
Em 11/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A agropecuária brasileira deverá crescer 2,4% em 2015, apontou, nesta quinta-feira (10), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A entidade apresentou os resultados do setor, obtidos em 2015, e as perspectivas para o ano que vem. O balanço mostrou também que a participação da agropecuária no Produtos Interno Bruto (PIB) passou de 21,4%, em 2014, para projeção de 23%, em 2015.
Segundo a entidade, os setores de insumos e produção primária deverão apresentar resultados positivos neste ano. No caso dos insumos, o crescimento se deve sobretudo ao aumento do preço dos produtos, ao longo do ano, e à valorização do dólar. O setor primário apresentará crescimento devido ao aumento da produção de soja, milho, trigo e à alta do preço da arroba de boi.
Entre as 17 culturas acompanhadas pela CNA, as atividades que deverão ampliar o faturamento em 2015 são as de cebola (116%), batata (16%), laranja (9%), café (4%), cana-de-açúcar (1%) e fumo (1%). De acordo com a entidade, desses produtos, apenas café e batata tiveram aumento em decorrência do aumento da cotação (7% e 19%, respectivamente). Os demais apresentam tendência de retração no faturamento deste ano.
“Nós, produtores, não só aumentamos a produção em mais de 8 milhões de toneladas, como também conseguimos abastecer satisfatoriamente o mercado interno”, disse o presidente da CNA, João Martins. Ele disse que, em 40 anos, a produção de grãos e fibras no País cresceu 325%.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera colheita de 210 milhões de toneladas de grãos na safra 2014/2015, volume 8,2% maior, se comparado ao da safra anterior. Para Martins, esse crescimento, em meio a um cenário de crise econômica e política, demonstra a “pujança da agropecuária brasileira”.
A desvalorização do real frente ao dólar deu mais competitividade aos produtos brasileiros no mercado externo. Com isso, as exportações do agronegócio tiveram aumento de até 17%, com destaque para as cadeias envolvendo produtos florestais, soja e milho. Em consequência, a participação do agronegócio nas exportações passou de 43% para 48%.
Apesar disso, a queda nos preços internacionais de commodities (bens primários com cotação internacional) afetou a receita de comércio exterior no setor. Em 2015, as vendas externas do agronegócio ficaram 8% abaixo do obtido em 2014, registrando total de US$ 89 bilhões.
Pecuária deve faturar mais 5%
O faturamento da pecuária deve crescer 5% em 2015, em parte, por causa da alta de 15% em seus preços e também pela queda de 9% na produção. O resultado sofreu grande influência da baixa oferta de animais, informou a CNA.
Leite, ovos e produtos suínos também devem fechar o ano com retração: a cadeia leiteira com queda de 12% no faturamento, e os ovos com redução de 5% nos preços (apesar da alta de 3% na produção). No setor de suínos, o faturamento deverá cair 1%, na comparação com 2014. O resultado vem acompanhado de queda de 7% nos preços e de crescimento de 6% na produção.
Para a CNA, a maioria dos resultados negativos em 2015, na comparação com o ano anterior, está relacionada ao ritmo lento da economia do País e seus reflexos na renda dos consumidores. “As recentes quedas de confiança dos empresários e dos consumidores refletem na redução do consumo e de investimentos e impactam diretamente no setor agropecuário.”
Segundo a CNA, em 2016, o Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária deverá ser R$ 529,9 bilhões, resultado que equivalerá a um aumento de 2,7% em comparação com as estimativas para 2015.
Outro ponto destacado pela CNA é que, enquanto os outros setores da economia fecharam 900 mil vagas de emprego, a agropecuária assegurou um saldo positivo de 75 mil vagas de janeiro a outubro. “Isso mostra a importância do setor tanto no aspecto econômico como social do País”, disse o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Agência Brasil