MOTOR
Alemanha quer criar testes "antidoping" para carros.
Objetivo é restabelecer a confiança após escândalo da Volks.
Em 15/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Alemanha quer promover testes de emissões surpresa em todas montadoras de automóveis, afirmou no domingo (14) o ministro dos Transportes, Alexander Dobrindt, com o objetivo de restabelecer a confiança em uma indústria que foi atingida por um escândalo de manipulação de testes pela Wolkswagen.
"Haverá controles em veículos no mesmo estilo dos testes de doping (para atletas)", disse Dobrindt ao jornal Bild. "Não anunciados e todos os anos".
Um meio para promover testes surpresa seria selecionar modelos de companhias de aluguel de veículos, disse o jornal.
Os técnicos que conduzirão os testes também seriam rotineiramente trocados para assegurar a transparência.
O Bild disse que uma proposta inicial das novas medidas seria apresentada à Bundestag, câmara baixa do parlamento, na quinta-feira.
Segundo o jornal, também haverá um chamado para que o governo apresente planos para encorajar motoristas a utilizar carros elétricos.
Escândalo
A Volkswagen, maior produtora de automóveis da Europa, admitiu em setembro que manipulou testes de emissões nos Estados Unidos, usando um software capaz de enganar os reguladores em mais de 11 milhões de veículos a diesel ao redor do mundo.
Após isso, a companhia perdeu bilhões de euros em valor de mercado e anunciou a troca de seu presidente-executivo.
Um funcionário de alto nível alertou gestores seniores da Volkswagen em maio de 2014 de que reguladores norte-americanos poderiam examinar o software para motores de carros da empresa como parte de uma investigação sobre níveis de poluição.
O alerta foi feito por carta, enviada mais de um ano antes da admissão pública pela montadora alemã de que seus carros estavam equipados com software para manipular testes de emissão de poluentes, disseram as fontes, levantando questões sobre quanto os gestores seniores sabiam sobre o escândalo.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está processando a empresa em até US$ 46 bilhões por acusações de violação da lei ambiental, enquanto reguladores e procuradores buscam estabelecer que papel, caso tenha havido, foi exercido por gestores seniores, incluindo o ex-presidente-executivo Martin Winterkorn.
O jornal alemão Bild am Sonntag foi o primeiro a noticiar a existência de uma carta interna alertando gestores seniores sobre a investigação. Citando documentos da investigação da própria VW sobre o escândalo, o Bild am Sonntag disse que um funcionário conhecido internamente como "bombeiro de Winterkorn" notificou superiores sobre a investigação.
Duas pessoas familiarizadas com o tema disseram à Reuters no domingo ter conhecimento da carta da Volkswagen mas que não é certo que Winterkorn, que renunciou pouco depois que o escândalo emergiu, tenha visto a carta.
Fonte: Reuters