Aluna de Vitória é convidada para panamericano de ginástica

Todos os dias a rotina da estudante Manuela Lisboa Chaves, de 13 anos, é a mesma. E sempre puxada. Ela acorda cedinho, vai para a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Padre Anchieta, na Ilha de Santa Maria, depois almoça e corre para o Clube Ítalo Brasileiro, na Ilha do Boi.

Na escola, a dedicação é aos livros, de segunda a sexta-feira. Já no clube, Manu foca toda a sua atenção e energia nos treinos de ginástica rítmica, e isso inclui também os sábados. São cerca de 6 horas de muito suor todas as tardes. Tudo começou há cinco anos, quando a estudante descobriu sua paixão pelo esporte e foi também descoberta por quem entende do assunto.

Seleção

Sua técnica, Lorena Amorim Santos Sartori, revela que Manuela tem muito potencial e já está sendo preparada para fazer parte da seleção brasileira de ginástica rítmica quando completar 17 anos, idade em que estará mais madura para enfrentar os novos desafios que surgirão.

"Desde as primeiras competições, Manu mostrou ótimos resultados. Nossa expectativa é de que, aos 17 anos, ela esteja pronta para a seleção", avalia a técnica.

Rotina

Enquanto isso, Manuela vai se desdobrando para dar conta das atividades do 8º ano na escola e também das cordas, arcos, bolas, maças e fitas, os famosos aparelhos da ginástica, com os quais ela se encontra todos os dias e que exigem muito treinamento e habilidade para entrarem em harmonia com seus movimentos corporais.

Depois dos treinos diários exaustivos, chega em casa e tem ainda de manter os estudos em dia. Aluna aplicada, ela conta com o apoio da escola no que precisa para ir adiante no seu desenvolvimento como atleta.

"Somos flexíveis quando ela precisa ter tempo para treinos e competições. Manuela tem muito potencial e acreditamos que vai longe. É uma menina muito dedicada em tudo o que faz", destaca a diretora da Emef Padre Anchieta, Jussara Lia Poletti.

Medalhas

Manuela já começa a colecionar bons resultados em sua trajetória nas competições. No campeonato infantil, no início de sua história na ginástica, garantiu o terceiro lugar. Depois, em seu primeiro campeonato brasileiro juvenil, ficou em 5º lugar geral entre nada menos do que 92 ginastas de todo o País.

Em agosto deste ano, foi competir em Manaus (AM) e trouxe na bagagem a medalha de prata no individual no aparelho bola. Mais recentemente, esteve em Curitiba (PR) para os jogos escolares representando o Espírito Santo e voltou com o bronze.

Panamericano

O próximo desafio é grande: Manu foi convidada para disputar o panamericano na Argentina, em novembro. Segue treinando exaustivamente, mas ainda não sabe se conseguirá ir porque não conseguiu patrocínio.

"Ainda não temos apoio e por conta própria não teremos recurso para bancar os custos, mas estamos correndo atrás. Não queremos desistir", disse a mãe e sua maior incentivadora, Rosângela Lisboa Chaves.

A diretora da escola, Jussara Poletti, afirma que a luta de Manuela por apoio é árdua e que, algumas vezes, na própria unidade de ensino, são realizadas rifas para tentar ajudar a atleta nos gastos com o esporte. "Mas não é fácil. Gostaríamos de poder ajudar bem mais", ressalta Jussara.

Sonho

Mas, apesar de todos os obstáculos do dia a dia, incluindo a falta de verba, Manu é persistente e não abre mão de seus sonhos. "Quero muito chegar a fazer parte da seleção brasileira de ginástica rítmica e tenho treinado muito para isso", planeja a ginasta. "Ela começou aos 7 anos e aos 8 já competia. É muito focada", garante a mãe.

Habilidosa, dedicada, incansável. Não faltam predicados para que a estudante alcance seus objetivos. "Manu é realmente muito disciplinada e tem diferenciais. Confiamos muito nela", assinala a técnica.