ESPORTE NACIONAL

Aos 30 anos Matheus Costa entra para a história do Paraná

Técnico mais jovem das séries A e B foi efetivado após demissão de Lisca.

Em 19/11/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O dia 18 de novembro vai ficar marcado no coração dos torcedores do Paraná. Foi na tarde de sábado, na vitória de 1 a 0 sobre o CRB, em Maceió, que o Tricolor conquistou a sonhada vaga para a Série A. Depois de 10 anos jogando a segunda divisão, a equipe conseguiu, enfim, voltar à elite.

Quem sabe bem o que representa este feito é o técnico Matheus Costa. Com 30 anos de idade ele é o técnico mais jovem das séries A e B, tem as suas raízes misturadas com o Tricolor e chegou ao posto antes do previsto. Era auxiliar-técnico do clube, mas o episódio da conturbada saída de Lisca o colocou com a responsabilidade de tocar o time primeiro como interino e depois como treinador efetivado.

Torcedor ativo, herdou a paixão do pai, seu Niel, com quem assistiu a muitos jogos na curva norte da Vila Capanema. Na adolescência, defendeu a camisa no futsal do clube por seis anos

Depois da vitória contra o CRB, Matheus Costa foi abraçado efusivamente por cada atleta, membro da comissão técnica e funcionário do clube. Emocionado, deixou escorrer lágrimas no rosto pela conquista mais esperada nos últimos anos pelos torcedores. Exausto, não escondeu o suor do trabalho realizado e, no final, foi um dos últimos a deixar o gramado do Rei Pelé.

– Conquistamos resultados importantes, tivemos uma sequência que solidificou a minha permanência como treinador. É continuar com os pés no chão. Foi um ano muito importante na minha carreira. Sou ainda muito jovem, tenho 30 anos. É continuar trabalhando e mostrando o meu valor a cada temporada - disse em entrevista coletiva à imprensa.

Agora com seu nome marcado na história do Paraná, o treinador revelou que não imaginava que poderia estar participando e vivenciando a conquista do acesso.

– O treinador está sempre exposto e corre muitos riscos, ainda mais na cultura do futebol brasileiro, que depende muito do resultado. A gente sabe da importância que é cada jogo. Quando tive a oportunidade, todos comentavam "já imaginou que você poder ser o treinador do acesso?" Eu nunca pensava muito nisso, pensava muito jogo a jogo, na próxima partida.

 

– Acho que ainda ninguém tem noção do que aconteceu hoje com a gente. Podemos voltar daqui a 10, 15, 20 anos que o nosso nome vai estar na história.

 

Caio Junior como referência e aprendiz de Levir

Entre os agradecimentos, Matheus Costa fez questão de citar três treinadores que tiveram influência na escolha de ser treinador. Geninho, técnico da conquista tricolor do Módulo Amarelo da Copa João Havelange, em 2000; Levir Culpi, que lhe deu oportunidade para ser seu auxiliar; e Caio Júnior, - morto em 2016, na tragédia do voo da Chapecoense, e que classificou o Paraná pela primeira vez na disputa da Libertadores.

– Parabenizar também um grande treinador, que há 17 anos atrás estava conquistando um acesso, o Geninho, que foi muito importante na história do clube; o Levir Culpi, fui auxiliar dele na temporada passada, aprendi muito com ele; e ao Caio Júnior, excelentes treinadores. Tive a oportunidade de conhecer a família dele esse ano e tentei passar como ele é referência para mim.

Humilde, Matheus Costa também não esqueceu de dividir os méritos da conquista do acesso com seu staff.

– Parabenizar a minha comissão técnica, o Tcheco (gerente), uma excelente pessoa e profissional, o Rodrigo Rezende (preparador físico), muito mérito deles também, o Felipe Jorge (preparador de goleiros) e todo o staff envolvido. Não dá pra citar todos, mas muita gente por trás disso envolvida também e todo o CT. Só nós que vivenciamos sabemos o quanto lutamos e batalhamos para conquistar isso - disse orgulhoso.

O Paraná de Matheus Costa se despede da Série B no próximo sábado, diante do Boa Esporte, às 17h30 (horário de Brasília), na Vila Capanema.