POLICIA

Após audiência, Justiça mantém prisão de Marcelo Crivella

Prisão preventiva do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), foi mantida pela Justiça.

Em 22/12/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

A desembargadora que autorizou a prisão, Rosa Helena Penna Guita, foi a mesma que ouviu o mandatário e outros cinco presos. Eles são acusados de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A prisão preventiva do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), foi mantida pela Justiça após cerca de quatro horas de audiência de custódia. Ele está sendo encaminhado no início desta noite para o presídio de Benfica, na zona norte, espécie de porta de entrada do sistema penitenciário fluminense. De lá, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) determinará para onde cada preso vai ser levado.

A desembargadora que autorizou a prisão, Rosa Helena Penna Guita, foi a mesma que ouviu o mandatário e outros cinco presos. Eles são acusados de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Na audiência de custódia, o preso pode dizer se o ato da prisão teve alguma irregularidade. Crivella afirmou que não houve. Apesar disso, a defesa do prefeito já entrou com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) questionando a competência da desembargadora para determinar, de modo monocrático, a prisão.

Além de Crivella, foram ouvidos pela magistrada o empresário Rafael Alves, suposto operador do esquema de propinas; o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, e o empresário Cristiano Stockler Campos. De acordo com o TJ, as audiências de outros dois detidos, Adenor Gonçalves e Fernando Moraes, foram adiadas para esta quarta-feira porque eles estão com suspeita de covid. Serão por videoconferência.

Bolsonaro mantém silêncio sobre prisão do aliado Crivella

De férias no litoral de Santa Catarina, o presidente Jair Bolsonaro procurou nesta terça-feira (22), manter distância da repercussão provocada pela prisão do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). Bolsonaro passou o dia em silêncio e não comentou a operação que atingiu o aliado – para quem pediu votos na campanha eleitoral deste ano.

Na busca pelo segundo mandato, Crivella teve autorização para usar a imagem do presidente na corrida eleitoral, mas foi derrotado pelo ex-prefeito Eduardo Paes (PSB) em novembro. Após Crivella ser preso, a nove dias de encerrar o mandato – acusado de corrupção -, fotos e vídeos de Bolsonaro ao lado do prefeito passaram a ser compartilhados nas redes sociais, lembrando a proximidade entre eles. Uma das imagens mais compartilhadas é a do chefe do Executivo federal dançando com Crivella em um culto no Rio.

Ganharam destaque, ainda, trechos de lives em que o presidente aparece pedindo voto para reeleger o prefeito. Além disso, adversários destacaram que dois dos filhos de Bolsonaro – o senador Flávio e o vereador Carlos – são filiados ao Republicanos, partido de Crivella, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus.

Embora a situação provoque desgaste para Bolsonaro, interlocutores do governo procuram minimizar os fatos, sob o argumento de que o presidente não pode ser cobrado por atos de terceiros.

“Isso aí é questão policial, segue o baile, investigação e acabou”, afirmou o vice-presidente Hamilton Mourão. “Para o governo não tem impacto nenhum. Não tem nada a ver com a gente.” (Estadão Conteúdo)