ECONOMIA INTERNACIONAL
Após saída do Reino Unido, US$ 1 tri desaparece das bolsas de valores.
Plebiscito continua causando um curto circuito nos mercados financeiros.
Em 28/06/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os mercados seguem em curto-circuito depois do plebiscito que definiu a saída do Reino Unido da União Europeia. Nesta segunda-feira (27), um trilhão de dólares desapareceu das bolsas de valores e duas das maiores agências de avaliação de risco reduziram a nota de crédito dos britânicos.
O secretário de estado americano, John Kerry, foi para Bruxelas e Londres tentar diluir as consequências do referendo, mas a missão é inglória.
O porta-voz do apocalipse britânico agora tenta acalmar os mercados. Antes, o ministro das Finanças, alertava que, se escolhesse a saída, o país ficaria "permanentemente mais pobre". Agora, garantiu que o Reino Unido está numa "posição forte".
George Osborne deixou claro que já tem um plano de contingência pronto há meses. Com um olho na TV e outro nos gráficos, os operadores do mercado financeiro não se deixam convencer.
Dados no vermelho não saem da boca dos analistas. Uma federação de empresários indica que pelo menos 250 empresas podem sair do Reino Unido.
A indefinição política derrubou as ações na Bolsa de Londres - a ponto de suspenderem a negociação de papéis de bancos. A libra esterlina voltou a registrar o menor nível nos últimos 31 anos em relação ao dólar. Outros pregões europeus também fecharam em queda.
O rosto da campanha pela separação da União Europeia põe panos quentes. Boris Johnson afirmou que as declarações do ministro das Finanças encerram o "projeto do medo" - uma referência ao pessimismo sobre a saída. O ex-prefeito de Londres disse ainda que os direitos dos europeus no Reino Unido e dos britânicos na Europa estão garantidos.
Boris Johnson pode até falar como primeiro-ministro, mas não tem o posto garantido. O líder do governo ainda é David Cameron, que chamou todos os seus ministros para definir os próximos passos e, quem sabe, um sucessor ou sucessora. A ministra do Interior é um dos nomes mais fortes para assumir o cargo, mas, assim como o ministro das Finanças, Theresa May pediu para o país ficar na União Europeia.
O maior partido de oposição também busca um novo líder. Muitos pesos-pesados trabalhistas retiraram o apoio a Jeremy Corbyn. O motim já soma mais de 20 figurões, que criticam a participação dele na campanha pela permanência. As maiores forças políticas britânicas não sabem se ficam ou se vão e o país sem lideranças não sabe para onde vai.
Encontro
Reunidas na Alemanha, aquelas que são agora as três maiores economias da União Europeia se esforçaram para sinalizar um rumo. Alemanha, França e Itália anunciaram que irão propor um novo impulso ao projeto europeu depois do plebiscito favorável à saída do Reino Unido. Sem detalhar as medidas, a chanceler alemã disse que os focos serão defesa, crescimento, emprego e competitividade. Angela merkel acrescentou que não haverá negociação formal ou informal até que o pedido de ruptura definitiva com a União Europeia seja formalizado.
Fonte: Jornal da Globo