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ArcelorMittal inaugura estação para dessalinizar água do mar

Com investimentos de R$ 50 milhões, sistema tem capacidade para dessalinizar 500 m³/hora.

Em 13/09/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/ArcelorMittal Tubarão

A planta, pioneira no Espírito Santo e no Grupo mundial, terá capacidade inicial para dessalinizar 500 m³/hora de água, proporcionando maior segurança hídrica para a empresa e para o Estado.

A maior planta de dessalinização de água do mar do Brasil entrará em operação na ArcelorMittal Tubarão, neste mês de setembro. O sistema de ponta é resultado de investimentos de R$ 50 milhões, tem capacidade inicial para dessalinizar 500 m³/hora de água e garantirá maior segurança hídrica para a empresa e para o Espírito Santo.

De acordo com o CEO da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista Filho, mesmo com os desafios impostos pela pandemia, as obras foram realizadas dentro do cronograma previsto.

“Sua construção demandou a criação de 220 novos postos de trabalho. Um grande volume de profissionais que, juntamente às nossas equipes, executou todo o processo dentro dos mais rígidos controles de segurança para garantir a saúde e a integridade de todos”, explicou.

Segundo o CEO, a produção da planta está alinhada à estratégia da empresa frente a futuros cenários de escassez hídrica. A água tratada será destinada para fins industriais, substituindo parte do volume consumido do Rio Santa Maria da Vitória e permitindo, assim, maior disponibilidade do recurso para a sociedade.

Benjamin explica que o sistema utilizará tecnologia de osmose reversa, bastante comum em países como Israel, Espanha, Estados Unidos e outros, para captação de água do mar.

“Nossas equipes fizeram estudos durante cerca de dois anos, incluindo avaliação de várias alternativas tecnológicas para dessalinização, análises de qualidade da água do mar, discussões técnicas com fornecedores de todo o mundo, testes em laboratório e até visitas técnicas em plantas na Argentina e nos Estados Unidos. Tudo para definir pelo projeto mais ajustado à nossa realidade e expectativas”, afirma. Pesquisadores do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da ArcelorMittal do Brasil e da Espanha (Astúrias) participaram do estudo.

Construída em área de cerca de 6 mil m², a planta consumirá cerca de 3MW de energia elétrica e representa menos de 1% do total de energia gerada pela própria ArcelorMittal Tubarão, que é autossuficiente.

Um dos diferenciais do projeto está na sua configuração por módulos. O primeiro terá capacidade para dessalinizar 500 m³/hora de água do mar (suficiente para abastecer cerca de 80 mil pessoas/dia), com possibilidade de serem acrescentados módulos futuramente.

Todo seu processo não gerará impactos ambientais significativos. A solução de sal em água resultante da dessalinização, a salmoura, será devolvida ao mar por um canal de retorno já existente na usina.

Por conta de sua tecnologia inovadora e acessível, o projeto também deverá contribuir para o desenvolvimento futuro de mão de obra especializada no país. Em 2019, foi premiado como o  “Projeto Inovador”, durante o Congresso IDA – International Desalination Association, principal evento mundial de dessalinização e tratamento avançado do mundo, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Gestão hídrica

A ArcelorMittal Tubarão tem o menor índice de consumo industrial de água doce do Brasil. 96% da água utilizada pela empresa hoje, vem do mar e é utilizada para a refrigeração dos equipamentos de produção de aço. Os outros 4% são provenientes do Rio Santa Maria da Vitória e a empresa executa projetos para reduzir, cada vez mais, esse consumo. Atualmente, o índice de recirculação de água doce da empresa é de mais de 97%.

Além disso, desenvolve várias outras ações em sua gestão hídrica. Neste mês de setembro, assinou Termo de Compromisso para utilização de água de reúso de Estação de Tratamento de Efluente da Cesan. O acordo pioneiro prevê a compra mensal para fins industriais, pela produtora de aço, de 540 m3/h (150 l/s) de água de reúso de esgoto sanitário, proveniente de efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Reúso da CESAN. A aquisição será feita por contrato de 25 anos, podendo ser renovado, e reduzirá ainda mais a demanda da usina por água do Rio Santa Maria da Vitória, disponibilizando maior volume do recurso para a sociedade.

A empresa também tem atuado no projeto de recuperação de nascentes da Bacia do Rio Santa Maria da Vitória, junto a vários parceiros.

Todas essas ações fazem parte do Plano Diretor de Águas da empresa. que contempla várias iniciativas voltadas ao fortalecimento da segurança hídrica. (Por Rosane Freitas - AsImp)

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