EDUCAÇÃO
Arquivo Público é tema de tese de doutorado na UnB
O objetivo do estudo, inserido na área de ?Ciência da Informação?, é analisar as práticas de mediação cultural ...
Em 26/02/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Diariamente o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES) recebe pesquisadores que utilizam os documentos para atividades acadêmicas sobre diferentes assuntos. Pela primeira vez o órgão e suas ações serão tema de uma tese de Doutorado Interinstitucional da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com a Universidade de Brasília (UnB), por meio do trabalho do arquivista e professor Taiguara Villela Aldabalde, sob a orientação de Georgete Medleg Rodrigues. O objetivo do estudo, inserido na área de “Ciência da Informação”, é analisar as práticas de mediação cultural no APEES e em que medida ele tem sido compreendido como um lugar da cultura.
Taiguara explica que decidiu estudar o Arquivo Público por perceber o seu papel não apenas como gestor de documentos, mas como um ambiente no qual foi incorporado um histórico de produção cultural. Ele explica que o conceito de “mediação cultural”, no qual baseia a sua tese, refere-se: “ (...) ao processo cujo objeto é uma cultura dirigida, com uma dinâmica interativa, em relação ao público ao qual se volta a estratégia de construção. O intuito é promover a democratização e a democracia cultural, que resulte em produtos e serviços, tais como: projeções audiovisuais, recitais, mesas redondas, mostras de arte, oficinas e concertos”.
Segundo Taiguara Villela Aldabalde o seu estudo é direcionado à análise da relação institucional com a esfera da cultura, no esforço de alcançar a todos os cidadãos. Parte-se da premissa de que o Arquivo Público é essencial à função administrativa do Estado e, sendo assim, deve garantir aos seus consulentes o pleno exercício dos direitos informacionais que lhes são pertinentes. Papel este que se expande quando colocado sob a perspectiva da cultura, quando deixa de atender apenas aos anseios de um perfil restrito, como o do pesquisador, para desenvolver-se ao uso irrestrito à sociedade, incluindo crianças, adolescentes, idosos, lésbicas, gays, travestis, transexuais, pessoas com deficiência, moradores de rua, povos indígenas, populações negras e quilombolas e ciganos.
As coletas de dados efetuadas pelo arquivista mostraram que no período de 10 anos, a partir de maio de 2004, desde a vinculação à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o Arquivo Público promoveu 124 práticas de mediação cultural, dentre elas: publicações, exibições de filmes, seminários, palestras, mostras e exposições documentais. “Não conheço outro no Brasil com números tão expressivos. Dentre as instituições que pesquisei, guardadas as devidas particularidades, percebi características semelhantes apenas no centro de documentação “Cultura e Democracia” em Bruxelas, na Bélgica” destaca.
Fonte:Secom ES