ESPORTE NACIONAL
Ataque em bloco x contragolpes: Cruzeiro e Santos no Futebol 2.0
Raposa tem vantagem e garante vaga com empate
Em 05/11/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Dois estilos diferentes, mas o mesmo objetivo: o gol. Nesta quarta-feira, Santos e Cruzeiro se enfrentam na Vila Belmiro, em São Paulo, pelas semifinais da Copa do Brasil. O primeiro confronto, no Mineirão, terminou com triunfo celeste por 1 a 0. Time de contragolpes, o Peixe precisa vencer por pelo menos dois gols de diferença para ficar com a vaga. Com o coletivo afinado, a Raposa segue na busca pela tríplice coroa em caso de empate ou triunfo. A repetição do placar da partida de ida em favor do Alvinegro leva a decisão para os pênaltis.
O GloboEsporte.com analisou as principais jogadas das duas equipes. Confira os pontos fortes de Santos e Cruzeiro no Futebol 2.0.
SANTOS
O menor vacilo é suficiente para que o Santos coloque em prática sua principal arma: o contra-ataque. Dos 22 gols marcados na Copa do Brasil, oito (36%) foram em lances que surgiram de um desarme da defesa com transição rápida em direção ao setor ofensivo. Lucas Lima,Robinho, Thiago Ribeiro, Geuvânio, Gabriel e Rildo se alternam entre finalizadores e velocistas na típica jogada alvinegra.
- Na referência, Gabriel se movimenta e poupa Robinho voltando pela esquerda. O time é forte quando ataca com velocidade pelos lados, principalmente com Rildo - avaliou Leonardo Miranda, do blog Painel Tático.
A característica dos jogadores ajuda a explicar a vocação santista. O artilheiro na temporada é Gabriel, com 18 anos e muita agilidade para deixar os adversários para trás. Geuvânio, também jovem e rápido, balançou as redes 14 vezes em 2014. Lucas Lima tem bom aproveitamento em passes em velocidade. Robinho e Rildo se destacam pela capacidade de driblar e também por acelerar o jogo quando necessário.
- O Santos tem jogadores com esse perfil que aceleram bem o jogo. Estamos sem dois jogadores (Thiago Ribeiro e Geuvânio), mas nos últimos jogos tivemos atuações boas contra times que jogaram um pouco mais atrás, criamos situações. Estamos amadurecendo tanto jogando no contra-ataque como no ataque mais organizado - afirmou o técnico Enderson Moreira.
O excesso de habilidade, contudo, pode ser um problema quando não há variação. Dos 38 gols marcados pelo Santos na Série A, apenas três foram em chutes de longa distância, contra 24 feitos com a bola rolando dentro da área. Reféns da técnica, alvinegros buscam a troca de passes e a velocidade a todo momento como opção para atacar. A prática, entretanto, nem sempre dá certo. No primeiro confronto contra o Cruzeiro, o Peixe quase não conseguiu aproveitar os contra-ataques e criou poucas chances de gol - finalizou apenas cinco vezes.
CRUZEIRO
No setor ofensivo do Cruzeiro, a solidariedade está acima dos interesses pessoais. Apoiado no coletivo, a Raposa marcou 11 gols em cinco partidas nesta edição da Copa do Brasil. A cada lance de ataque, são de cinco a oito jogadores de azul que se movimentam em bloco contra a defesa rival para multiplicar as chances de balançar as redes. Uma avalanche azul e branca que só termina quando atinge a meta adversária.
Em geral, os ataques do Cruzeiro envolvem rápidas trocas de passes, ultrapassagem dos laterais e participação dos volantes. Na primeira partida das semifinais, a estratégia de atacar em bloco deu certo. No momento do gol de Willian, seis jogadores celestes estavam nas imediações da grande área, contra sete santistas. Como ataca com muitos jogadores, a Raposa também tem facilidade em pressionar a saída de bola do adversário.
- O time oscila quando Goulart está mal e compacta pouco a defesa. Mesmo assim, o 4-2-3-1 é forte quando vem tocando e encontra Éverton Ribeiro ou o pivô de Moreno - pontuou Leonardo Miranda.
Quando a aposta no coletivo não dá certo, o Cruzeiro utiliza a jogada aérea para subjugar os adversários. Dos 11 gols marcados na Copa do Brasil, quatro foram de cabeça. Na Série A, foram 18 gols em lances pelo alto, 32% dos 56 marcados. A responsabilidade se divide entre jogadores com estatura elevada. Nos lances de bola rolando, Marcelo Moreno (1,87m), Julio Baptista (1,83m) e Ricardo Goulart (1,78m) são os mais procurados por laterais e meias. Quando a oportunidade é na bola parada, Dedé (1,92m), Léo (1,84m) e Manoel (1,81m) se transformam nos alvos.
- Acho que faz parte do trabalho e do perfil dos jogadores. A característica dos jogadores, do trabalho. Sabemos que o pessoal ali de trás o forte é o cabeceio, quando vão pra área, juntamente com Éverton, Marquinhos ou Dagoberto batendo, a gente sempre tenta caprichar, pois sabe da oportunidade. Com o passe temos possibilidade executar em gol. Isso é o trabalho juntamente com a capacidade dos jogadores - disse Ricardo Goulart.