POLÍTICA INTERNACIONAL
Ativistas da revolução dos guarda-chuvas se elegem em Hong Kong.
Cerca de 2,2 milhões de eleitores votaram, a maior participação desde 2004.
Em 05/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Após uma eleição com recorde de eleitores, um líder da "revolução dos guarda-chuvas" de 2014 e vários jovens ativistas conseguiram um assento no Parlamento de Hong Kong.
Com 90% dos votos apurados, três candidatos de novos movimentos - e alguns com caráter independentista -, nascidos após os protestos pró-democracia ocorridos de há dois anos, conseguiram cadeiras no Conselho Legislativo.
Nathan Law, que liderou as manifestações há dois anos, obteve um dos assentos pelo Partido Demosisto, criado por Joshua Wong, um dos rostos mais conhecidos dos atos que por quase três meses pediram por democracia. "A população de Hong Kong realmente queria mudança", afirmou Law, que tem apenas 23 anos.
A eleição, considerada a mais importante desde que a China retomou a soberania sobre Hong Kong, em 1997, teve 58% de participação - a mais alta desde 2004. Cerca de 2,2 milhões de eleitores participaram do pleito.
Divisão eleitoral
Das 70 vagas no Parlamento, apenas 35 são eleitos por sufrágio direto e representam circunscrições. Outros 30 provêm de grupos profissionais favoráveis a Pequim, e os cinco restantes - as chamadas "super cadeiras" - são eleitos por voto popular, mas sem estarem circunscritos a um território.
A oposição moderada pró-democracia contava com 27 vagas, com as quais pode exercer uma minoria de obstrução. Mas, se perder quatro vagas, perde esse direito. Em curto prazo, essa perda de espaço político reforçaria Pequim, atenuando o poder da oposição moderada. No longo prazo, porém, pode legitimar o discurso dos separatistas.
Hong Kong
A ex-colônia britânica foi devolvida à China em 1997 no esquema "um país, dois sistemas", que prometia manter as liberdades locais e leis separadas por pelo menos 50 anos, mas dava o controle final a Pequim.
A eleição é um termômetro do sentimento anti-China dois anos após milhares de pessoas tomarem as ruas de Hong Kong para reivindicar a independência total dos líderes comunistas da China. Pesquisa da Universidade Chinesa de Hong Kong diz que uma a cada seis pessoas defende a separação.
Fonte: EFE