ESPORTE NACIONAL
Atletas vivem a expectativa pelo início das disputas no Rio.
Eles contam como está o clima de espera pelos Jogos Olímpicos que acontecerão em 100 dias.
Em 27/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Em apenas 100 dias, cerca de 10.500 atletas, de 206 países, desfilarão na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A lista dos eventos-teste está chegando ao fim e as obras nas instalações estão praticamente finalizadas. Nesse clima de contagem regressiva, grandes nomes do esporte comentam a expectativa e a reta final de preparação para o evento, que chega pela primeira vez à América do Sul.
Gideoni Monteiro, por exemplo, que garantiu o Brasil nos Jogos Olímpicos após 24 anos de ausência no ciclismo de pista, atualmente está treinando no Centro Mundial de Ciclismo, na Suíça. O fato de estar fora do Brasil até alivia a ansiedade, mas, ainda assim, a contagem regressiva mexe com o atleta.
"Com certeza vai passar muito rápido. Dá um frio na barriga, mas continuo trabalhando igual, intensificando a preparação. Procuro fazer bem feita cada atividade para, quando chegar o dia e eu olhar para trás, ter a consciência de que fiz tudo o que poderia ter feito", planeja.
Pensando no público brasileiro que prestigiará as competições, no Rio de Janeiro ou acompanhando pela televisão, a campeã olímpica Sarah Menezes convoca o apoio do país. "Enquanto os dias para a chegada dos Jogos Olímpicos diminuem, a expectativa só aumenta. Conto com a torcida de todos os brasileiros!", convida a judoca, ouro em Londres-2012.
Foi também na Arena Olímpica do Rio que a ginasta Natália Gaudio testou seu lado emocional para a estreia nos Jogos. Responsável por representar o Brasil na ginástica rítmica individual, a atleta não escondeu a surpresa com o tamanho das instalações do Parque Olímpico da Barra. "Confesso que me impressionei com a estrutura. Não imaginei que fosse tão grande. A gente já participou de pan-americanos, da Universíade, mas aqui é tudo muito maior. Acho que o Brasil vai impressionar", acredita.Já o bicampeão mundial de solo na ginástica, Diego Hypolito, explica que os próximos meses serão de ainda mais treinos. "Faltam 100 dias de dedicação! Ofereço meu esforço diário a todo o nosso povo!", afirma o atleta, que na última semana acompanhou, das arquibancadas, as provas do evento-teste de ginástica artística, quando a seleção feminina carimbou a vaga olímpica e Arthur Zanetti voltou ao topo do pódio nas argolas.
O clima de expectativa não é só entre os atletas brasileiros. Campeã do evento-teste de ginástica rítmica e atualmente a terceira melhor do mundo no individual geral, a bielorrussa Melitina Staniouta conta que se esforça para não ficar nervosa ao pensar no marco de 100 dias para os Jogos Olímpicos do Rio, que serão sua segunda edição da carreira. "Eu tento não pensar nisso como algo estressante. Tenho sorte de estar aqui, de sentir tudo da arena. Claro que estarei nervosa para as Olimpíadas, mas tento ficar o mais calma que eu posso", comenta.
Tempo voa
Acostumado a lutar contra centésimos de segundo a cada braçada nas piscinas, Thiago Pereira comenta que os últimos quatro anos, dos Jogos de Londres para cá, "voaram". "Ainda tem muita dor de treino para sentir até chegar lá, mas, ao mesmo tempo, se a gente voltar em 2009, quando a gente ganhou a votação (a candidatura para país-sede), a gente pensava: ainda em 2016. Parece que Londres 2012 foi ontem, os últimos quatro anos voaram", opina.
"Na verdade não só esse quatro anos. Parece que Atenas, em 2004, foi ontem. Estou indo para a minha quarta Olimpíada. Entro agora nesta seleção como um dos mais experientes, e tenho certeza de que serão grandes Jogos Olímpicos", aposta o nadador que faturou a prata olímpica nos 400m medley na Grã-Bretanha, além de ser o maior medalhista pan-americano de todos os tempos, com 23 pódios.
Na última semana, Thiago disputou o Troféu Maria Lenk, no Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos. Mesmo já tendo garantido o índice nos 200m medley (2min00s28) em dezembro do ano passado, durante o Brasileiro de Palhoça (SC), quando nadou em 1min58s32, o atleta melhorou a marca no evento-teste para os Jogos do Rio. Em 1min57s91, Thiago e Henrique Rodrigues empataram na prova e estão garantidos nas Olimpíadas.
Apenas um dia depois, a nova instalação do Rio de Janeiro foi palco da prova dos 50m livre, quando o campeão olímpico Cesar Cielo deixou escapar a vaga para as Olimpíadas de 2016. Ainda assim, a natação brasileira terá em agosto uma delegação recorde. Até o momento, 29 atletas já estão garantidos.
Festa em casa
Outra atleta que já está acostumada a disputar os Jogos Olímpicos é Larissa França, do vôlei de praia: a jogadora disputará sua terceira edição. Desta vez, contudo, a competição será ainda mais especial. "Os Jogos Olímpicos estão chegando e tenho certeza de que será inesquecível. Viver o universo olímpico é um sonho. Todo atleta deseja participar de uma Olimpíada e a nossa geração tem esse privilégio de disputá-la em casa. As expectativas são as melhores possíveis. A motivação é muito grande!", diz, animada, tendo como bagagem o bronze de Londres-2012.
"Vai ser uma linda festa na nossa casa, onde teremos a chance de contar com o apoio dos nossos familiares, amigos e toda torcida brasileira. Esperamos que todos possam sentir e entrar no clima olímpico conosco. Estamos nos preparando para estar nas melhores condições a fim de conquistar o melhor resultado possível e proporcionar uma enorme alegria ao povo brasileiro e a toda nossa equipe", conta Larissa, que disputará nas areias da Praia de Copacabana ao lado da parceira Talita Antunes.
Jogar em casa também é uma motivação a mais para Bárbara Micheline, atleta do futebol feminino. "Que o revezamento da tocha olímpica pelo Brasil invada de alegria o coração de cada um dos brasileiros! A seleção feminina de futebol está se preparando de corpo e alma para conquistar o resultado sonhado por todas as atletas e também pelos nossos torcedores", adianta. "Contamos com o apoio de vocês! Os Jogos do Rio 2016 estão chegando. Vamos juntos em busca do ouro!", convoca a jogadora.
Fonte: Brasil 2016