ESPORTE NACIONAL
Atlético vence Bahia e é campeão brasileiro após 50 anos
Depois de sair com 2 gols de desvantagem em Salvador, o Galo virou para 3 a 2 sobre o Bahia.
Em 03/12/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Time do técnico Cuca sai atrás, mas marca com Hulk de pênalti e Keno duas vezes para soltar o grito entalado na garganta.
Acabou o sofrimento do torcedor do Atlético-MG no Brasileirão. Após 49 anos, 11 meses e 14 dias, a taça nacional mais uma vez vai para o lado preto e branco de Belo Horizonte. Depois de sair com dois gols de desvantagem em Salvador, os comandados de Cuca buscaram virada incrível para 3 a 2 sobre o Bahia, em cinco minutos, para soltar o grito de "campeão."
O jogo atrasado da rodada 32 teve como herói o atacante Keno, melhor jogador do Atlético-MG em bela campanha na temporada passada, na qual perdeu fôlego após liderar muitas rodadas e acabar em terceiro. O jogador fez o gol de empate e o da virada após pedir calma para todo time quando o placar era 2 a 0 contra. Hulk, artilheiro do Brasileirão, iniciou a reação com cobrança de pênalti precisa. Agora são 18 gols na atual edição.
Depois de chorar com os vices de 1977, 80, 99, 2012 e 2015, o torcedor do Atlético-MG finalmente festejou o fim da sina de bater na trave no Brasileirão. Campeão da primeiro edição da competição, com gol do ídolo Dadá Maravilha em final contra o Botafogo em 1971, o time Mineirão festeja a segunda taça com show e gol de seus atacantes mais uma vez.
Após assumir a liderança na rodada 15, o Atlético-MG não mais deixou a ponta escapar e fez a festa com duas rodadas de antecedência.
Disposto a definir logo o título, o Atlético-MG iniciou alugando o campo ofensivo. E foi logo colocando Danilo Fernandes para trabalhar, com dois chutes perigosos de Keno em menos de 15 minutos. Nacho também seria parado por um gigante goleiro baiano.
Mesmo necessitando da vitória para deixar a zona de rebaixamento e com grande apoio da torcida, o Bahia não saía da defesa. Receoso de perder e se complicar ainda mais, chegou mais nós cruzamentos, sem levar perigo.
Apesar de os dois times terem motivos de sobras para ganhar, o empate prevaleceu em uma primeira etapa melhor disputada pelo líder, refletindo a situação de ambos na tabela. O Atlético saiu lamentando a falta de pontaria e o Bahia reverenciando seu goleiro.
O segundo tempo começou muito melhor, com emoção e em alta velocidade. Depois de apenas se defender, o Bahia voltou com mais coragem e teve duas boas chegadas com Gilberto. Uma sem conclusão e outra com Everson segurando firme.
Bahia não fez e quase foi punido com Hulk e Arana parando em novas boas intervenções de Danilo Fernandes. Era um lá e cá frenético e com os times cada vez mais perto do tão buscado gol.
O grito saiu aos 16 após cabeçada de um jogador que passou a semana tratando dores no joelho. Cobrança de escanteio, Luiz Otávio ganha de Nathan Silva pelo alto e manda no ângulo. Explosão em Salvador. O frisson das arquibancadas era grande e aumentou ainda mais com Gilberto antecipando Júnior Alonso.
Restando 25 minutos, o Bahia tinha vantagem imensa. Cuca, com cara de preocupado, não pensou duas vezes e foi logo mexendo na equipe. A troca deu resultado imediato com seus escolhidos. Nathan tocou para Eduardo Sasha sofrer pênalti de Luiz Otávio.
Hulk ajeitou a bola com carinho e deslocou Danilo Fernandes, anotando seu 18° gol na competição. Um minuto depois, Keno recebeu, cortou a marcação e bateu para empatar, calando a Fonte Nova. Cuca vibrava de um lado e Guto Ferreira pedia calma do outro.
O treinador do Bahia mexeu para tentar buscar novamente a vitória e viu Keno receber de Nathan para novo chutaço e uma incrível virada em cinco minutos. Cuca fechou a "casinha" com mais um defensor e contou com boas defesas de Everson para acabar com o mais longo jejum de títulos de um grande no Brasileirão. Uma festa linda e de quem mais mereceu.
Ficha técnica
BAHIA 2 X 3 ATLÉTICO-MG
GOLS - Luiz Otávio, aos 16, Gilberto, aos 20, Hulk (pênalti), aos 27, Keno aos 28 e aos 32 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Nathan, Guilherme Arana e Eduardo Sasha (Atlético-MG) e Mugni e Patrick de Lucca (Bahia).
ÁRBITRO - Flávio Rodrigues Guerra (SP).
RENDA - Não divulgada.
PÚBLICO - 29.514 presentes.
LOCAL - Arena Fonte Nova, em Salvador.
BAHIA
Danilo Fernandes; Nino Paraíba, Conti, Luiz Otávio e Matheus Bahia; Patrick de Lucca, Mugni (Daniel) e Rodriguinho (Ronaldo); Rossi, Raí Nascimento (Ramírez) e Gilberto (Rodallega). Técnico: Guto Ferreira.
ATLETICO-MG
Ederson; Mariano, Nathan Silva, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Tchê Tchê, Zaracho (Igor Rabello) e Nacho Fernández (Eduardo Sasha); Keno, Vargas (Nathan) e Hulk. Técnico: Cuca. - (Por Fabio Hecico - Estadão conteúdo)
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