MOTOR

Audi confirma A3 Sedan "brasileiro" e flex, com 150 cv, em setembro.

Modelo sairá da fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais (PR).

Em 22/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A Audi confirmou na sexta-feira (19) o início da produção nacional do A3 Sedan em setembro, quando o modelo sairá da fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, revivendo a antiga parceria com a Volkswagen no local, encerrada em 2006.

Para dar o toque brasileiro, o A3 Sedan ainda ganhará um inédito motor 1.4 TFSI turbo bicombustível - o primeiro flex da marca no mundo, que será compartilhado com modelos da Volkswagen, marca que faz parte do mesmo grupo que a Audi.

O carro divide, aliás, a mesma plataforma que a nova geração do Golf, que a Volkswagen previu começar a produzir ainda neste ano no Brasil, com o mesmo motor 1.4, além dos 1.6 e 2.0, todos flex. A fabricação também será na planta paranaense.

O motor 1.4 flex do A3 Sedan terá 150 cavalos de potência, contra os 122 cv do motor turbo a gasolina que equipa o modelo atualmente importado para o Brasil. O A3 Sedan 1.8 continuará vindo da Hungria, com propulsor 1.8 a gasolina (180 cv).

Em 2016, o utilitário esportivo Q3, cuja nova geração começou a ser importada para o Brasil neste mês, também será nacionalizado, possivelmente com opção de motor flex - o atual, a gasolina, também tem, na versão de entrada, um motor 1.4 de 150 cv- mas a marca não confirma.

A Audi já dito que os preços não mudarão quando os carros passarem a ser produzidos no país. Atualmente, o A3 Sedan 1.4 parte de R$ 97.990. O Q3, de R$ 127.190.

Como será o carro
Segundo a marca, o A3 Sedan feito no PR será idêntico ao importado, à exceção do motor flex. Membros do conselho da Audi na Alemanha vieram ao país nesta semana para inspecionar a linha de montagem, que está em fase final de implementação. Eles autorizaram o início da produção das últimas unidades pré-série, que servem para ajustar a linha.

"Andamos nos carros da pré-série anterior e ficamos bem satisfeitos com o resultado", diz Bernd Martens, membro da diretoria mundial da Audi e responsável pela área de compras, que acompanha de perto a implementação da produção no país. Ele já atuou na Volkswagen no Brasil.

A montadora não deu detalhes, mas os pacotes de equipamentos deverão ficar mais recheados. Carro-chefe da Audi desde seu lançamento em fevereiro de 2014, o A3 Sedan é um dos principais fatores que levaram à expansão de 26,8% de janeiro a maio, na comparação com o mesmo período do ano passado. O sedã se tornou a "porta de entrada" do segmento premium para muitos brasileiros.

Peças nacionais
Participante do Inovar Auto -- conjunto de regras do governo brasileiro que, se cumpridas, podem resultar em benefícios fiscais para as marcas -- desde 2013, a Audi também não fala em porcentagem de itens nacionais no A3 Sedan "brasileiro".

Mas adianta que peças como vidros, tanque de combustível e os bancos serão fornecidos por empresas brasileiras. O pára-choque é um item que ainda não está de acordo com o padrão de qualidade da marca e, por isso, começará sendo importado. O plano é que a quantidade de peças nacionais seja aumentada gradativamente.

Fábrica e mais lojas
A capacidade de produção total da linha em São José dos Pinhais será de 26 mil unidades por ano dos 2 modelos, sendo 16 mil para o A3 Sedan e 10 mil para o Q3. Todas deverão ser comercializadas no mercado local.

Neste ano, devem ser produzidas 1.500 unidades do sedã e a expectativa é de que a capacidade máxima para o modelo seja atingida no ano que vem. A produção do Q3 chegará a 5 mil unidades no ano que vem, estima a Audi.

Em vagas diretas, o retorno da produção da marca alemã no Brasil gera 320 postos, mas eles foram ocupados por trabalhadores excedentes da Volkswagen. A Audi diz que eles foram treinados especialmente para as linhas da marca.

Além da operação brasileira, a Audi vai inaugurar no ano que vem outra fábrica na América Latina, no México, com capacidade de produção bem maior, de 150 mil unidades/ano. Como a maioria das plantas automotivas naquele país, ela será voltada para o mercado norte-americano, mas também exportará para o Brasil a nova geração do utilitário Q5.

A montadora abriu 10 novas lojas no país e pretende chegar a 50 no fim do ano. O pós-venda, diz o diretor mundial Martens, é considerado ponto chave para que a marca sustente seu crescimento no país. Enquanto a indústria automotiva brasilera amargou queda de 20% nas vendas desde o início do ano, na comparação com o mesmo período de 2014, a marca alemã vendeu quase 27% mais carros e passou a liderar o segmento premium no país.

Fonte:AE