MOTOR
Audi lamenta fraude e começará recall de motor a diesel na Europa.
Empresa gastará cerca de 50 milhões de euros para reparos.
Em 03/03/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O presidente do conselho da Audi, Rupert Stadler, afirmou nesta quinta-feira (3) que a marca se arrepende de fraudar os dados de emissões de poluentes de motores a diesel, junto a outras marcas do Grupo Volkswagen envolvidas no escândalo que estourou em setembro de 2015.
“Nós sinceramente nos arrependemos do que aconteceu. Vamos garantir transparência completa. E asseguro que vamos consertar. Imediatamente após o problema ser anunciado pela Volkswagen, decidimos 3 coisas: esclarecer a questão, reparar a situação aos consumidores e, pensando no futuro, assegurar que a honestidade seja uma prioridade nos nossos negócios”, afirmou Stadler.
Os primeiros carros da Audi envolvidos no escândalo devem entrar em recall na Europa nas próximas semanas.
Os modelos A4 com motor 2.0 TDI precisarão de uma atualização de software, enquanto os propulsores 1.6 TDI necessitam também de uma mudança no hardware. Todos os recalls por causa da fraude devem ser anunciados até o final deste ano.
De acordo com a fabricante, os motores 3.0 V6 a diesel estão dentro das exigências ambientais na Europa, mas não nos Estados Unidos. A solução para o mercado norte-americano ainda precisa ser aprovada pelas autoridades locais para iniciar as convocações.
A Audi estima que o conserto dos veículos, equipados com um dispositivo que burla os testes de emissões de poluentes, vai custar cerca de 50 milhões de euros.
Outro problema que também afeta veículos da Audi é o airbag da Takata, que pode lançar fragmentos de metal contra passageiros e está relacionado a 10 mortes no mundo inteiro. A fabricante separou outros 70 milhões de euros para cobrir as despesas com a troca dos dispositivos de segurança.
Diesel não se abala
Mesmo com a fraude, os motores a diesel continuam em alta na Europa, tanto que a Audi mostrou nesta quinta o SQ7 – uma versão esportiva inédita de seu maior SUV. No entanto, a marca ressaltou que o motor V8 4.0, de 435 cavalos de potência, é completamente novo.
O SQ7 também é pioneiro por usar um compressor elétrico que alavanca o desempenho do turbo em baixíssima rotação, o que praticamente elimina a espera para que a sobrealimentação entre em ação ao acelerar a partir do zero.
Futuro sem emissões
Enquanto repara seus erros, a Audi mira em um futuro com propulsão alternativa. “A montadora que prioriza atualmente os combustíveis fósseis corre o risco de se tornar um fóssil ela mesma”, afirmou Stadler.
A fabricante alemã promete uma linha de modelos 100% elétricos em 2018, o primeiro sendo um SUV feito na Bélgica. Para Stadler, os carros híbridos serão uma transição nos próximos 10 anos, mas o futuro deve ser mesmo elétrico.
A Audi também pretende se transformar em uma fornecedora de serviços de mobilidade, com opções de compartilhamento de carros de luxo e também transporte por meio de aplicativo.
Fonte: Auto Esporte