ECONOMIA NACIONAL
Bancos privados também restringem o financiamento para a casa própria.
Quem não tem o valor total dos recursos terá de buscar crédito em outras instituições.
Em 17/05/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Seguindo os passos dos bancos públicos, os principais bancos privados também restringiram o acesso ao crédito para financiar a casa própria.
Para verificar o impacto dessas medidas, o Canal do Crédito, site que compara preços de financiamentos, realizou uma simulação das condições oferecidas no Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Itaú e Santander para financiar um imóvel usado de 500 mil reais.
A Caixa oferece o melhor Custo Efetivo Total (CET) entre as cinco instituições financeiras, que inclui todos os encargos e despesas do financiamento do imóvel e é a melhor forma de comparar os custos cobrados pelos bancos. No entanto, para usufruir do CET praticado no banco, de 10,66% ao ano, é necessário dar 50% do valor do imóvel como entrada.
Quem não tem o valor total dos recursos terá de buscar crédito em outras instituições. Nesse caso, o Bradesco oferece o CET mais acessível, de 10,91% ao ano. Para obter o crédito na instituição financeira, o comprador terá de dar 100 mil reais como entrada e pagar uma parcela inicial de 4.417,33 reais (veja o valor que você pode financiar de acordo com a sua renda).
Veja na tabela a seguir o impacto das medidas tomadas pelos bancos privados para financiamentos de imóveis usados no valor de 500 mil reais.
Condições do financiamento: comprador de 40 anos de idade; financiamentos com prazo de 30 anos. Foram considerados os valores mínimos de entrada aceitos em cada banco.
Banco | Caixa | Banco do Brasil | Itaú | Bradesco | Santander |
---|---|---|---|---|---|
Valor do financiamento | R$ 250 mil | R$ 400 mil | R$ 350 mil | R$ 400 mil | R$ 400 mil |
Valor máximo financiado | 50% | 80% | 70% | 80% | 80% |
Valor de entrada | R$ 250 mil | R$ 100 mil | R$ 150 mil | R$ 100 mil | R$ 100 mil |
Taxa de juros efetiva | 9,45% | 10,40% | 10,40% | 9,80% | 10,80% |
Custo efetivo total (CET) | 10,66% | 11,68% | 11,55% | 10,91% | 11,59% |
Valor da 1ª parcela | R$ 2.705,23 | R$ 4.649,98 | R$ 4.047,39 | R$ 4.417,33 | R$ 4.723,02 |
Valor da última parcela | R$ 724,69 | R$ 1.298,96 | R$ 1.055,55 | Não informado | R$ 1.145,65 |
Seguradora: | Caixa Seguros | Banco do Brasil Seguros | Itaú Seguros | Bradesco Seguros | Zurich Santander |
Fonte: Canal do Crédito
A simulação considera apenas as taxas balcão, apresentadas a clientes que não têm relacionamento prévio com a instituição financeira.
Caso o cliente já seja correntista do banco, os juros cobrados podem ser menores. Por outro lado, os bancos podem cobrar taxas mais altas, emprestar uma quantia menor ou até negar a concessão do crédito para famílias com alto nível de endividamento ou não pague as contas em dia, por exemplo, pois o risco da operação para o banco é maior.
O Itaú anunciou, em nota, ter reduzido o percentual máximo de financiamento de 80% para 70% do valor da unidade, tanto para imóveis novos como usados. A justificativa do banco é de que os ajustes são necessários para manter o ritmo da operação diante do aumento da demanda pelo crédito.
O Bradesco confirma que aumentou sua taxa balcão para 9,8% ao ano, antes a taxa praticada era de 9,6%. O Santander reajustou sua taxa balcão de 9,6% para 10,8% ao ano, de acordo com dados do Canal do Crédito. Procurado, o banco apenas afirma que a taxa mínima cobrada nos financiamentos imobiliários é de 10,1% ao ano.
O Banco do Brasil também anunciou que irá aumentar as taxas de juros do financiamento a partir de segunda-feira (18). A taxa máxima cobrada pelo banco em financiamentos imobiliários que utilizam recursos da poupança subirá 0,5 ponto percentual, para 10,4% ao ano. O banco também irá aumentar o prazo máximo dos financiamentos de 30 anos para 35 anos.
Nesta semana, foi anunciado que a Caixa teria suspendido a contratação de financiamentos que usam recursos da poupança. A justificativa seria garantir os financiamentos já contratados pelos clientes do banco diante da maior escassez dos recursos da caderneta. O banco, porém, nega a informação.
Para evitar que a falta de recursos provoque um maior aperto do crédito para compra da casa própria e tenha impacto negativo sobre o mercado imobiliário, o governo prepara um pacote de medidas para resolver o problema da falta de recursos para esses financiamentos.
Entre as medidas estudadas, está o aumento do limite do valor de imóveis que podem ser financiados com recursos do Fundo Garantidor do Tempo de Serviço (FGTS), que passaria de 300 mil reais para 400 mil reais.
Por Marília almeida/Exame