ECONOMIA NACIONAL

BC vai monitorar cenário para definir próximos passos da política de juros.

Decisão sugere que taxa de juros pode voltar a subir.

Em 03/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Banco Central vai "monitorar" a evolução da economia até a próxima reunião, no início de 2016, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária, sugerindo que a taxa de juros pode voltar a subir.

A avaliação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu pela manutenção, pela terceira vez seguida, da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%.

Taxa de juros em 25 de novembro de 2015 (Foto: Editoria de Arte/G1)

O Comitê também indica a possibilidade de alta dos juros ao afirmar que "adotará as medidas necessárias de forma a assegurar o cumprimento dos objetivos do regime de metas, ou seja, trazer a inflação o mais próximo possível de 4,5% em 2016". Na ata anterior, da reunião de outubro, o Copom afirmava apenas que a política monetária "deve se manter vigilante" para assegurar o cumprimento da meta de inflação "no horizonte relevante".

Incertezas
O Copom voltou a afirmar que ainda há incertezas em relação ao balanço de riscos, "principalmente, quanto à velocidade do processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição", e que o processo de realinhamento de preços – ou seja, de contenção da inflação – tem se mostrado mais demorado e intenso que o previsto.

Diante disso, a decisão de manter os juros não foi unânime – os diretores Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon votaram por uma elevação da taxa a 14,75%.

"Parte de seus membros [do Copom] argumentou que seria oportuno ajustar, de imediato, as condições monetárias, de modo a reduzir os riscos de não cumprimento dos objetivos do regime de metas para a inflação", aponta o BC no documento. "No entanto, a maioria dos membros do Copom considerou monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião para, então, definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária".

Meta de inflação
A inflação na meta central de 4,5% em 2016 era a principal promessa do comandante do BC, Alexandre Tombini, mas foi abandonada. Pelo sistema de metas de inflação vigente na economia brasileira, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados.

Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Fonte: G1