SAÚDE
Beber em excesso pode aumentar risco de infarto, diz estudo.
Abuso do álcool é prejudicial mesmo a pessoas que não têm um histórico familiar.
Em 06/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O abuso do álcool pode aumentar o risco de infarto e outros problemas cardíacos até mesmo em pessoas que não têm um histórico familiar de doenças cardíacas ou outros fatores de risco conhecidos, sugere um estudo.
Depois de levar em conta fatores de risco estabelecidos para doenças do coração, como cigarro, obesidade e diabetes, o abuso do álcool foi associado com um aumento de 40% do risco de infarto, concluiu a pesquisa.
Bebida em excesso foi ligado a um risco duas vezes maior de fibrilação atrial ou batimento cardíaco irregular, e um aumento de 2,3 vezes de insuficiência cardíaca congestiva.
Apesar de estudos anteriores terem ligado o consumo ocasional ou até diário de bebida alcoólica a um aumento da saúde do coração, os achados atuais desmentem qualquer noção de que beber mais é melhor para a saúde, diz um dos autores do estudo, Gregory Marcus, da Universidade da Califórnia, em San Francisco.
"O excesso de bebida pode estar sendo ostensivamente 'justificado' para alguns indivíduos por causa do suposto benefício cardíaco", disse Marcus.
"Mostramos aqui que não apenas o álcool em excesso aumenta substancialmente o risco de fibrilação atrial e insuficiência cardíaca, mas também o infarto, fenômeno que dados anteriores haviam sugerido que poderia ser mitigado pelo consumo moderado de álcool", acrescentou Marcus.
Para encontrar a conexão entre abuso de álcool e problemas cardíacos, Marcus e sua equipe analisaram informações de mais de 14,7 milhões de adultos da Califórnia que passaram por cirurgia, atendimento de emergência ou internação hospitalar entre 2005 e 2009.
Cerca de 1,8% das pessoas no estudo, ou aproximadamente 268 mil pacientes, tinham sido diagnosticados com abuso de álcool.
O aumento do risco de infarto, fibrilação atrial e insuficiência cardíaca congestiva associado com o consumo excessivo de álcool no estudo foram similares em magnitude a outros fatores de risco bem conhecidos como diabetes, pressão alta e obesidade. O estudo foi publicado na revista especializada "Journal of the American College of Cardiology."