CIDADE
Biblioteca Municipal amplia acervo em formato acessível
Para garantir a acessibilidade cultural, a Semc de Vitória incorpora mais uma obra, em braille.
Em 14/09/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Biblioteca que constantemente tem aumentado o seu repertório em formato acessível possui atualmente 139 obras voltadas para esse público.
A inclusão, em quaisquer espaços da sociedade, é um objetivo das políticas públicas. Por essa razão, para garantir a acessibilidade cultural, a Secretaria Municipal de Cultura (Semc) incorpora mais uma obra, em braille, ao acervo da Biblioteca Pública Municipal Adelpho Poli Monjardim: o livro "Muito além da visão: narrativas de pessoas com deficiência visual”.
A Biblioteca que constantemente tem aumentado o seu repertório em formato acessível possui atualmente 139 obras voltadas para esse público.
“A Semc sempre busca ampliar a garantia de práticas inclusivas em seus espaços culturais, programas, projetos e atividades. Nesse sentido, a democratização do acesso ao livro, à leitura e à literatura para todas as pessoas, inclusive para pessoas com deficiência visual, vem se tornando frequente”, afirmou o secretário municipal de Cultura, Luciano Gagno.
O livro
A obra "Muito além da visão: narrativas de pessoas com deficiência visual” de 2019, publicada pela Editora Siano, é organizada por Raquel Alves (pessoa com deficiência visual), filha do escritor Rubem Alves.
O livro, que reúne representantes de todo o Brasil e traz um autor de cada estado brasileiro, é composto de 27 narrativas escritas por pessoas com cegueira ou com baixa visão, de nascença ou adquirida ao longo da vida. Além dos 27 textos, a obra contém apresentação assinada por Raquel Alves e depoimento de Vanessa Vidotti Pimenta, médica oftalmologista que aborda o tema da perda visual.
Parceria
A ação é resultado de uma parceria entre a Semc e a Fundação Dorina Nowill para Cegos, pioneira na atenção e educação de pessoas com deficiência visual no Brasil, a partir do projeto "Rede Nacional de Leitura Inclusiva".
Para a bibliotecária Elizete Caser, além de fortalecer a política nacional do livro e leitura, de maneira geral, essa parceria amplia práticas inclusivas no campo da cultura e reafirma a importância das ações da Rede de Leitura Inclusiva.
"Uma nova aquisição como essa, para o acervo acessível da Biblioteca é motivo de grande satisfação. Uma conquista. Essa parceria com a Fundação Dorina, confirma a importância da Rede Nacional de Leitura Inclusiva e suas atividades”, afirmou a bibliotecária.
Raquel Alves
Raquel Alves é graduada e pós-graduada em Arquitetura e Urbanismo. Filha do escritor e educador Rubem Alves, assumiu a presidência do Instituto Rubem Alves em 2014 (a partir do falecimento de seu pai). Foi diagnosticada com glaucoma aos 13 anos de idade, porém apenas a partir de 2016 começou a se entender como pessoa com deficiência visual. Hoje tem baixa visão e utiliza recursos de acessibilidade.
"Viver a vida a partir da própria vida, pois o que vale a pena não se mede pelo número de vezes que um coração bate, mas aquilo que o faz ter vontade de bater", afirma Raquel.
Rede de Leitura Inclusiva
A Rede de Leitura Inclusiva, projeto da Fundação Dorina Nowill para Cegos, busca fomentar o acesso à leitura e à informação para pessoas com deficiência, fornecer livros acessíveis e engajar profissionais que atuam com o livro, a leitura e com esse público.
O objetivo é tornar o livro e a leitura acessíveis a partir de diferentes estratégias, metodologias e recursos de tecnologia assistiva.
"No campo da educação e da cultura, numa perspectiva inclusiva, é nosso papel, cada vez mais, assegurar a democratização do acesso ao livro, o fomento e a valorização da leitura como mola propulsora de desenvolvimento humano e formação cultural. Por isso, a oferta de conteúdos em formatos acessíveis se faz necessária", destacou Lilian Menenguci, servidora da Semc e mediadora da Rede de Leitura Inclusiva do Espírito Santo. (Secom/PMV)
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