ECONOMIA INTERNACIONAL

Bolsa cai 5,22% em mais um dia de mercado nervoso

O dólar voltou a subir ontem (23) e fechou perto de R$ 5,14.

Em 24/03/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © REUTERS/Amanda Perobelli/Direitos Reservados

Em meio à instabilidade causada pela pandemia de coronavírus, o mercado financeiro teve mais um dia de nervosismo. A bolsa de valores caiu 5,22%, no nível mais baixo desde julho de 2017. O dólar, que tinha caído nas duas últimas sessões, voltou a subir ontem (23) e fechou perto de R$ 5,14 na cotação comercial.

O índice Ibovespa, da B3, a bolsa de valores brasileira, fechou esta segunda-feira aos 63.569 pontos, com recuo de 5,22%. O índice chegou a operar em alta no início da negociação, mas inverteu a tendência ainda durante a manhã. Na mínima do dia, às 12h45, chegou a cair 7,3%.

O dólar também teve um dia de tensões. A divisa encerrou o dia vendida a R$ 5,138 na cotação comercial, com alta de R$ 0,111 (+2,21%). A moeda norte-americana acelerou a alta durante a tarde. Na máxima do dia, por volta das 16h30, chegou a superar os R$ 5,14. O recorde nominal do dólar desde a criação do real foi atingido na última quarta-feira (18), quando a cotação fechou em R$ 5,19.

A divisa acumula alta de 28,05% em 2020. Hoje, o Banco Central (BC) atuou menos no mercado. A autoridade monetária vendeu US$ 739 milhões das reservas internacionais em três leilões à vista.

Medida provisória

Hoje, o governo publicou uma medida provisória que flexibiliza as regras trabalhistas durante a crise provocada pela pandemia de covid-19. Um artigo, no entanto, que permite a suspensão do contrato de trabalho por até quatro meses sem que o funcionário receba salário provocou críticas de economistas e de políticos, que ameaçaram questionar a proposta no Supremo Tribunal Federal (STF) e pressionaram que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, devolvesse a MP ao governo. No início da tarde, o presidente Jair Bolsonaro prometeu revogar o artigo, o que depende da edição de uma nova medida provisória.

Mais tarde, Bolsonaro anunciou um plano de ajuda para os estados de pelo menos R$ 85,8 bilhões durante uma videoconferência com governadores do Norte e do Nordeste. As principais medidas são a complementação repasses da União aos estados e aos municípios, que devem cair por causa da perda de arrecadação. Pela manhã, o Banco Central (BC) tinha anunciado uma série de medidas que injetarão R$ 1,2 trilhão na economia.

Petróleo

A intensificação da guerra de preços do petróleo entre Arábia Saudita e Rússia continuou a pressionar o mercado. Os dois países estão aumentando a produção de barris, o que tem provocado uma redução na cotação internacional.

O barril do tipo Brent recuperou-se levemente. Por volta das 18h, a cotação estava em US$ 27,33, com alta de 1,3%. Na semana passada, os preços tinham caído para US$ 22, na cotação mais baixa em 18 anos. Apesar da alta na cotação do barril hoje, as ações da Petrobras, as mais negociadas na bolsa, continuaram a cair. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) desvalorizaram-se 4,91% nesta segunda. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) recuaram 4,17%. (Agência Brasil)