ECONOMIA INTERNACIONAL

Bolsas asiáticas fecham em baixa, com disputa comercial no radar

Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto caiu 0,93% hoje, a 2.786,90 pontos.

Em 28/06/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta quinta-feira, mantendo o recente viés negativo, enquanto investidores continuam monitorando os desdobramentos do conflito comercial entre EUA e China e digerem a postura de Washington em relação a investimentos externos.

Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto caiu 0,93% hoje, a 2.786,90 pontos, em seu quarto pregão negativo seguido e no menor nível em 28 meses. Já o Shenzhen Composto, que é em boa parte formado por startups, recuou 1,19%, a 1.556,82 pontos.

Como vem fazendo sistematicamente nas últimas semanas, o banco central chinês (PBoC, pela sigla em inglês) voltou a enfraquecer hoje o yuan por meio da chamada taxa de paridade, conduzindo a moeda da China para seu menor nível em mais de seis meses em relação ao dólar.

Acredita-se que Pequim tem enfraquecido o yuan e recorrido a outras medidas, como um recente corte no compulsório bancário, para se preparar para uma eventual “guerra comercial” com os EUA. Recentemente, Washington ameaçou tarifar até US$ 450 bilhões em produtos chineses. Pequim promete retaliar na mesma proporção.

Ontem, o governo dos EUA revelou que pretende se basear na legislação existente para adotar eventuais restrições a investimentos externos em empresas de tecnologia americanas. O gesto foi recebido com certo alívio, uma vez que a Casa Branca optou por não tomar uma linha mais dura e direcionada especificamente à China.

De qualquer forma, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse à emissora CNBC que os EUA poderá bloquear joint ventures que envolvam transferência de tecnologia. No âmbito da disputa comercial, uma das maiores queixas de Washington é a de que os chineses estariam “roubando” tecnologia de companhias americanas.

O Ministério de Comércio da China disse hoje que irá monitorar “cuidadosamente” políticas dos EUA para limitar investimentos estrangeiros e ressaltou que não concorda com o uso da proteção à segurança nacional como “desculpa” para a adoção de restrições.

No mercado japonês, o Nikkei ficou praticamente estável, encerrando o pregão em Tóquio em baixa marginal de 0,01%, a 22.270,39 pontos, à medida que o dólar ampliou ganhos frente ao iene durante a madrugada.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi caiu 1,19% em Seul, a 2.314,24 pontos, alcançando o menor patamar em 13 meses, e o Taiex cedeu 0,44% em Taiwan, a 10.654,28 pontos, seu pior nível em sete semanas, mas o Hang Seng se recuperou no final da sessão em Hong Kong, terminando o dia com alta de 0,50%, a 28.497,32 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana conseguiu interromper uma sequência de quatro pregões levemente negativos, graças ao bom desempenho de ações de petrolíferas. O S&P/ASX 200 avançou 0,31% hoje em Sydney, a 6.215,40 pontos, apagando um pouco mais da metade de sua desvalorização recente. Com informações da Dow Jones Newswires.

Foto: CgrbrasilNEWS