POLÍTICA NACIONAL
Bolsonaro não teve coragem de barrar vacina chinesa, diz Maia
O ministro da Saúde é um desastre para o País e para o governo, afirmou Rodrigo Maia..
Em 18/01/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Em várias oportunidades, Bolsonaro se mostrou contrário à Coronavac, dizendo que o imunizante era a “vacina chinesa” do João Doria.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que faltou coragem ao presidente Jair Bolsonaro para concretizar sua promessa de não comprar a vacina chinesa e afirmou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fez um papelão no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Ele parabenizou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o Instituto Butantan pelo início da vacinação da população no Estado no domingo, 17.
Maia lembrou que Doria foi muito criticado por Bolsonaro e seus apoiadores nas redes sociais por ter firmado uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para a produção da vacina – cuja distribuição aos Estados começou nesta segunda-feira, 18. Em várias oportunidades, Bolsonaro se mostrou contrário à Coronavac, dizendo que o imunizante era a “vacina chinesa” do João Doria. Ao longo da pandemia, Bolsonaro questionou a origem da vacina, colocou em dúvida a segurança do imunizante e chegou a comemorar a interrupção dos testes da Coronavac nas redes sociais.
“O presidente da República disse várias vezes que não compraria a vacina chinesa, que quem mandava era ele, mas na hora da verdade a coragem não é tão grande. Não é isso? É corajoso até uma parte da história”, afirmou Maia. “Apesar do papelão do ministro Pazuello, agora querendo capturar o tema das vacinas, pelo menos eles compraram as vacinas”, acrescentou.
Maia ironizou ainda a indicação de Pazuello para o Ministério da Saúde, escolhido segundo o presidente, por sua especialização em logística.
“Não tem planejamento no governo federal”, disse.
Sobre o caos no sistema de saúde em Manaus, onde a falta de oxigênio em 14 de janeiro levou à morte de pacientes por asfixia, Maia lembrou que a responsabilidade pela coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS) é do governo federal.
Maia ressaltou que alguns laboratórios enviaram propostas de venda de vacinas ao governo federal por e-mail e que nunca tiveram resposta.
“Não se acreditava nesse tema, na importância da vacina. O que me estranha é que o ministro Pazuello, com quem tenho uma boa relação, acho que é bom militar, mas o motivo que o levou ao ministério, que era ser um homem bom de logística, provou-se um fracasso, pelo menos até o momento”, afirmou.
“Se ele fosse bom de logística, ele teria organizado e planejado, acompanhando os indicadores de crescimento do problema em Manaus e outras regiões de forma a não faltar insumos para o trabalho dos profissionais de saúde”, finalizou. (Estadão Conteúdo)