Em 29/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, participou, nessa terça-feira (28), em Brasília, do Simpósio para Erradicação da Poliomielite no Mundo, para apresentar iniciativas que levaram o Brasil a alcançar e manter a erradicação da poliomielite.
O encontro tem como objetivo discutir o Planejamento Estratégico Endgame para Erradicação da Pólio 2013-2018, documento elaborado pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio e que define medidas de longo prazo para a eliminação da doença até 2018 em todos os países. O evento é realizado pelo Rotary International e pela Organização Panamericana de Saúde (Opas).
O ministro Arthur Chioro ressaltou que, embora o Brasil esteja livre da paralisia infantil, é fundamental dar continuidade às campanhas de vacinação para evitar a reintrodução do vírus no País.
“O Brasil continua vacinando porque precisa haver responsabilidade, uma vez que o vírus ainda circula em alguns países. Desta forma, todos devem estar comprometidos para que em 2018 possamos começar a contar uma nova história sobre a erradicação da pólio no mundo”, afirmou.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 10 países registraram casos de poliomielite em 2013 e 2014, sendo que três deles são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão).
Ao informar que 80% da população mundial vive em regiões certificadas como livre da pólio, o ministro da Saúde destacou o Programa Nacional de Imunização do Brasil.
“Nós somos um dos poucos países de dimensão continental, com população nas cidades, nas periferias, nas matas, no interior, que conseguiu consolidar uma rede complexa de vacinação. Hoje oferecemos no Sistema Único de Saúde (SUS) todas as vacinas recomendadas como saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”, disse o ministro Arthur Chioro.
Certificado
Em 1994, o Brasil recebeu da Opas o Certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem, juntamente com os demais países do continente americano. O último caso da doença registrado no Brasil foi em 1990. O resultado foi possível devido à estratégia de vacinação adotada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que teve início em 1980.
O Plano Estratégico Endgame e a Erradicação da Pólio (2013-2018) teve origem na Assembleia da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizada em 2012. O documento declara a finalização da pólio como uma “emergência programática global para saúde pública”, e traça quatro objetivos principais: a detecção e interrupção da transmissão do poliovírus; o fortalecimento dos programas de imunização; a contenção do poliovírus e a certificação da interrupção da transmissão; além do legado de planejamento.
Atualmente, o Ministério da Saúde realiza a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite todos os anos, com a imunização de crianças, entre seis meses de idade e cinco anos incompletos. Na mobilização de 2014, realizada junto a estados e municípios, mais de 11,9 milhões de crianças foram vacinadas. O período de imunização acontece no mês de novembro.
Esquema vacinal
Além da campanha anual, a vacina contra a paralisia infantil faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e fica disponível durante todo o ano nos postos de saúde de todo o País. Na vacinação de rotina, a dose é recomendada a todas as crianças menores de cinco anos, aos dois, quatro e seis e 15 meses de idade, além da dose de reforço, aos completar quatro anos. As campanhas são realizadas como oportunidade para atualização do esquema vacinal.
Atualmente, são ofertados dois tipos de vacina: a VIP (Vacina Inativada Poliomielite), utilizada no início de esquema de vacinação, e a VOP (Vacina Oral Poliomielite), utilizada como dose de reforço.
Poliomielite
A doença é infectocontagiosa grave e a única forma de prevenção é por meio da vacinação. Na maioria dos casos, a criança não vai a óbito quando infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada pelo poliovírus e a infecção se dá, principalmente, por via oral.
Fonte: Ministério da Saúde