SAÚDE
Brasil busca parceria com outros países no combate à obesidade.
No Brasil, 56,9% das pessoas com mais de 18 anos estão com excesso de peso.
Em 14/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O governo busca parceiros internacionais para enfrentar a obesidade e o sobrepeso. Para enfrentar o problema, o Brasil discute propostas com outros países na 42ª Sessão Plenária do Comitê de Segurança Alimentar Mundial (CSA) da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que começou nesta segunda-feira (12) e segue até sexta-feira (16), em Roma, na Itália.
No Brasil, 56,9% das pessoas com mais de 18 anos estão com excesso de peso e 20,8% são classificadas como obesas, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arnoldo de Campos, participa do encontro. Segundo ele, o governo tem o desafio de melhorar os hábitos alimentares da população e combater a obesidade – fator de risco importante para doenças como hipertensão, diabetes e câncer.
“Esse é um problema que afeta o Brasil e muitos países. As doenças influenciadas pela má alimentação já são a maior causa de mortes no nosso País. Nossas crianças estão cada vez mais cedo desenvolvendo doenças que só os idosos tinham.”
Sem uma pactuação internacional e ações concretas, afirma o secretário, será difícil enfrentar a batalha contra a obesidade e o sobrepeso. “Nosso objetivo é construir, com os parceiros internacionais, soluções e propor metas, como foi feito com os ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável]”, afirma.
Campos lembra que os sistemas agroalimentares são globalizados e não têm contribuído para a melhoria das condições de saúde da população. “Cada vez mais, esses sistemas ofertam alimentos pouco diversificados, com cargas elevadas de carboidratos, sal e gorduras.”
Arnoldo destaca que o Brasil enfrentou batalhas importantes, como o combate ao tabaco, e conseguiu melhorar os índices de saúde do brasileiro. “Queremos criar um ambiente mais favorável para vencermos essa pandemia. E os governos, com a participação ativa da sociedade civil e entidades da ONU, são os atores principais para determinar mudanças transformadoras para o sistema agroalimentar e para melhorar a nutrição.”
Ações
Na luta contra o aumento progressivo do excesso de peso, o Brasil já colocou em prática um conjunto de ações voltadas à alimentação saudável. A mudança começou pelo próprio governo, um grande comprador de alimentos. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o de Alimentação Escolar (Pnae), por exemplo, já praticam a compra de alimentos saudáveis.
Juntos, esses programas investem quase R$ 4 bilhões com determinações legais para aquisição de alimentos da agricultura familiar, como frutas, verduras, legumes e produtos locais e de época. Ao todo, já são adquiridos mais de 3 mil tipos de produtos diferentes. Além disso, no cardápio das escolas, são obrigatórias as porções semanais de frutas e verduras.
O governo federal também está mobilizando os sistemas de saúde, assistência social e de educação, por meio de campanhas de promoção da alimentação saudável e ações de educação alimentar, e se prepara para lançar um pacto pela alimentação saudável até o final deste ano.
Agenda
Em Roma, representantes do Brasil participam de encontros oficiais, reuniões bilaterais e eventos paralelos para discutir nutrição, segurança alimentar e combate à fome. Nos eventos, o governo federal vai mostrar os avanços conquistados em relação à redução da desnutrição e mortalidade infantil, entre outros indicadores favoráveis ao alcance da segurança alimentar e nutricional.
Outra proposta é trocar experiências com países mais adiantados na promoção da alimentação saudável e na proteção da população contra alimentos de má qualidade nutricional.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social