POLÍTICA INTERNACIONAL
Brasil e Argentina não chegam a acordo em setor automotivo.
Foi o que afirmou o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, depois do encontro com argentino, Héctor Timerman.
Em 29/05/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Buenos Aires - Ministros de Brasil e Argentina não chegaram a um acordo sobre o novo protocolo automotivo em uma reunião nesta sexta-feira em Buenos Aires.
"Estamos em negociações positivas, atendendo às demandas das duas partes", afirmou o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, depois do encontro com seu colega argentino, Héctor Timerman, e com o ministro da Economia, Axel Kicillof.
Nenhuma das duas delegações especificou quando e onde se realizarão as próximas reuniões, apesar das insistentes perguntas dos jornalistas em coletiva de imprensa.
Os dois países concordam em renovar o esquema que regula o intercâmbio comercial de automóveis e que permite à Argentina vender um milhão de unidades por ano ao Brasil sem impostos e que fixa uma cota de importação 1,5 milhão para esse mercado.
O que supera essa cota é taxado por uma tarifa de 35%.
Acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior Armando Monteiro, Vieira esteve com Timerman e Kicillof em uma reunião com duração de três horas.
"É a segunda reunião com avanços sustanciais", disse Kicillof. "Estamos perto porque tivemos mais entendimentos do que diferenças", sem dar detalhes.
Brasileiros e argentinos já haviam se reunido no começo de maio em Brasília para tratar o novo protocolo, que deve começar a valer a partir de 1º de julho.
O setor automotivo tem sofrido uma grave contração no Brasil, com queda das vendas, da produção e suspensão de trabalhadores.
Durante o primeiro quadrimestre, o Brasil fabricou 881.770 veículos, 17,5% a menos do que o mesmo período de 2014, enquanto as vendas caíram 19,2%, a 893.630 unidades, segundo os fabricantes.
Na Argentina, a indústria encerrou o primeiro trimestre com recuo de 16,3% e acumula 20 meses consecutivos em queda, em grande parte pela redução das exportações ao Brasil, para onde se dirigem 80% da produção local do setor.
AFP