ECONOMIA INTERNACIONAL
Brasil é responsável por 39% do PIB produzido na América Latina.
O segundo é o México com 22%. A Argentina aparece em terceiro, respondendo por 11%.
Em 18/05/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A economista-chefe para América Latina da Coface Seguradora de Crédito, Patrícia Krause, discordou do pessimismo em relação à economia brasileira.
De acordo com ela, dos oito países da América Latina que respondem por 92% do Produto Interno Bruto (PIB) da região, o Brasil é o primeiro dando uma contribuição de 39%. O segundo é o México com 22%. A Argentina aparece em terceiro, respondendo por 11%.
Depois, em escalas menores, aparecem países como Peru, Chile, Colômbia, entre outros. "Sempre ouvimos dizer que o Brasil está mal e que nossos vizinhos do Pacífico estão bem. Na verdade não é bem por ai. Cada país da América Latina tem suas peculiaridades, mas não estamos tão mal assim", disse a economista durante participação no 8º Forum GoOn - Riscos & Negócios com Consciência, realizado na semana passada.
Patrícia ressalta, no entanto, que em termos de PIB mundial, a América Latina representa muito pouco, apenas 8,3%. Isso ela atribui à pouca abertura das economias dos maiores países da região, particularidades nos fundamentos econômicos e políticos e à precária infraestrutura.
A região é claramente produtora de commodities agrícolas e minerais, que subiram muito nos últimos anos em decorrência da alta demanda da China. Isso foi possível mesmo com os problemas de infraestrutura, o que é uma questão negativa não só para o Brasil, mas como para toda a região", disse.
O problema é que a América Latina não soube aproveitar os ganhos com os elevados preços das commodities para investir na infraestrutura.
Por outro lado, no caso do Brasil, observou Patrícia, por conta do boom das commodities, o país conseguiu elevar bastante as reservas internacionais. "É isso que tem ajudado o Brasil a manter o grau seu de investimento", explicou.
Agora, disse ela, o cenário mudou e a Coface prevê um crescimento de 7% para a China. O país asiático não está mais importando tanto commodities, os preços estão para baixo e tem a questão do excesso de oferta.
"Os países da Aliança do Pacífico estão crescendo mais que os do Mercosul por causa dos fundamentos econômicos e políticos na Venezuela, queda do PIB e questão dos fundos abutres para ser resolvida na Argentina e o Brasil, com crise e um ajuste fiscal que levará a uma recessão em 2015", disse.
Para este ano, a Coface prevê crescimento de 1,1% para as América Latina e queda em torno de 1,5% para o Brasil. Para 2016, a economista espera crescimento de 1% do PIB brasileiro.
Por Estadão Conteúdo