ESPORTE INTERNACIONAL

Brasil embarca para o Mundial Paralímpico de Atletismo no Catar.

Delegação de 39 atletas brasileiros competirá entre 21 e 31 de outubro, em Doha, no Catar.

Em 08/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A seleção brasileira de paratletismo embarca na madrugada de segunda-feira (12) para o Mundial Paralímpico de Atletismo 2015, que será disputado em Doha, no Catar. A competição será disputada entre 21 e 31 de outubro e os 39 atletas e 14 atletas-guia brasileiros terão pela frente o desafio de repetir a ótima campanha do País no Mundial de Lyon, França, em 2013, quando o Brasil terminou no terceiro lugar no quadro de medalhas. O Mundial de Doha vai reunir 1,3 mil atletas de 90 países. 

“Nós estamos com um problema seríssimo no Brasil. Temos muita gente boa. São poucas vagas. Tínhamos para o Mundial mais de 80 atletas com índice”, explica Ciro Winckler, coordenador técnico da seleção brasileira de paratletismo.

O planejamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para o Mundial de Doha definiu que a seleção seria formada por 40 atletas, por isso foi imposto como critério de corte que os convocados deveriam estar entre os quatro melhores no ranking mundial da sua categoria. 

A lista de convocados reúne atletas consagrados e novos talentos do paradesporto nacional. Os velocistas campeões paralímpicos Alan Fonteles e Terezinha Guilhermina vão tentar repetir os resultados de 2013, quando conquistaram três ouros cada um – mesmo caso de Odair Santos, ouro nos 800m, 1.500m e 5.000m na última edição do Mundial. Entre os estreantes, Petrucio Ferreira, de 18 anos, embarca para Doha com a autoridade de quem detém o recorde mundial nos 200m, classe T47 (amputados de membro superior). 

“O legal na classe T47 é que nós sempre tivemos atletas muito bons, como o Antonio Delfino, o Yohansson Nascimento, e, agora, o Petrucio”, destaca Winckler. “É uma classe extremamente forte, e nos 200m eu tenho bastante esperança de que podemos ter uma dobradinha Yohansson [prata] e Petrucio [ouro], como tivemos no Parapan de Toronto.” Além do recorde mundial nos 200m, Petrucio é dono da segunda melhor marca do ano nos 100m, obtida no Parapan, a cinco centésimos de mais um recorde mundial. 

Assim como Petrucio, o paulista Alessandro Silva, de 30 anos, também chega ao seu primeiro Mundial de Paratletismo depois de conquistar dois ouros no Parapan – no arremesso de peso, classe F11/12 (cegos totais e baixa visão), e no lançamento de disco, classe F11 (cegos totais). Alessandro entrou para o paratletismo há apenas dois anos, mas já ocupa a segunda colocação no ranking mundial do lançamento de disco e o primeiro no do arremesso de peso.  

O técnico de Alessandro, Walter Agripino, não esconde a ansiedade. “É o meu primeiro atleta e o primeiro atleta da Arena Caixa São Bernardo que chega nessa condição de disputar um Mundial”, orgulha-se. “A expectativa é grande, principalmente porque vale vaga pra Paralimpíada.” 

Uma das maiores revelações do paratletismo brasileiro nos últimos anos, Verônica Hipólito, da classe T38 (paralisados cerebrais), não participará do Mundial de Doha. Depois de brilhar no Parapan de Toronto, onde venceu as três provas de velocidade, a atleta teve de se afastar dos treinos por problemas de saúde.

“Por tudo o que a Verônica já passou, a gente tem que ter um cuidado redobrado com ela”, explica Ciro Winckler. Verônica foi diagnosticada com um tumor cerebral aos 12 anos, e, após a cirurgia de retirada, a então judoca teve que abandonar os tatames. Dois anos depois, já praticando atletismo, a velocista sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que deixou como sequela uma leve paralisia do lado direito do corpo. No Mundial de Lyon, treinando havia pouco mais de um ano, Verônica foi ouro nos 200m.

Fonte: Agência Caixa