ECONOMIA NACIONAL
Brasil inicia 4º trimestre com 14,1 milhões de desempregados
Brasil tinha 14,061 milhões de desempregados, 7,1% a mais, sobre os três meses anteriores.
Em 29/12/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa chegasse a 14,7% no trimestre até outubro.
O Brasil iniciou o quarto trimestre com aumento no número de desempregados diante da maior procura por emprego, mas ao mesmo tempo apresentou no período alta na população ocupada, indicando recomposição do mercado de trabalho.
Entre agosto e outubro a taxa de desemprego foi a 14,3%, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (29), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou bem acima da taxa de 13,8% vista no trimestre imediatamente anterior, de maio a julho, mas cedeu ante os 14,6% vistos no trimestre até setembro, máxima da série histórica da Pnad Contínua iniciada em 2012.
A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa chegasse a 14,7% no trimestre até outubro.
O desemprego vem permanecendo em níveis extremamente altos no Brasil como consequência das medidas de contenção ao coronavírus, sendo o mercado de trabalho normalmente o último a se recuperar de crises.
Aumento de 7,1%
No período, o Brasil tinha 14,061 milhões de desempregados, um aumento de 7,1% sobre os três meses imediatamente anteriores e de 13,7% ante o mesmo período de 2019.
O resultado reflete o fato de as pessoas terem passado a sair mais para procurar emprego diante do relaxamento das medidas de contenção.
Mas o número de pessoas ocupadas também aumentou nos três meses até outubro, totalizando 84,301 milhões, aumento de 2,8% sobre o trimestre imediatamente anterior mas queda de 10,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Esse cenário pode estar relacionado a uma recomposição, ao retorno das pessoas que estavam em afastamento. Nesse trimestre percebemos uma redução da população fora da força de trabalho e isso pode ter refletido no aumento de pessoas sendo absorvidas pelo mercado de trabalho e também no crescimento da procura por trabalho”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
“Ao longo do ano, acompanhamos a expansão da população fora da força de trabalho, de pessoas se retirando do mercado de trabalho, e nesse momento percebemos o retorno de parcela desses trabalhadores”, completa.
Beringuy alerta entretanto que na comparação com o mesmo período de 2019 ainda há queda na ocupação.
“Então esse pode ser um início de uma recomposição, mas as perdas acumuladas na ocupação durante o ano ainda são muito significativas”, destacou.
Os empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada somavam 29,769 milhões nos três meses até outubro, de 29,385 milhões nos três meses imediatamente anteriores.
Sem carteira assinada
Os que não tinham carteira assinada no período eram 9,470 milhões, de 8,691 milhões antes, mostraram os dados do IBGE, destacando que a maior parte do aumento no número de ocupados no período veio exatamente do trabalho informal, que soma os profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) ou sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
Entre as atividades, quatro dos dez grupos observados na pesquisa se destacaram com crescimento na ocupação ante o trimestre anterior --Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%), Indústria (3,0%), Construção (10,7%) e Comércio e reparação de veículos automotores (4,4%).
De acordo com o Ministério da Economia, o Brasil abriu 414.556 vagas formais de emprego em novembro, recorde para todos os meses da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) iniciada em 1992. Esse desempenho levou o saldo do ano a território positivo apesar do impacto no mercado de trabalho da pandemia de coronavírus.
“Na leitura geral, o mercado de trabalho vem apresentando uma trajetória benigna. Tanto o Caged em novembro quanto a Pnad Contínua em outubro reforçam uma boa recuperação dos empregos destruídos no início da pandemia”, avaliaram analistas da XP em nota, acrescentando que a maior fonte de incerteza para o mercado de trabalho é o fim da ajuda do governo às empresas e famílias. (Reuters)