NEGÓCIOS

Brasileiro da Renault-Nissan também comandará a Mitsubishi, diz jornal.

Carlos Ghosn já é um dos executivos mais bem pagos do Japão.

Em 19/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Presidente da Renault e da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn também comandará a Mitsubishi Motors depois que a Nissan anunciou um grande investimento na rival, informa o jornal econômico Nikkei.

Ghosn ficará responsável pela reestruturação da Mitsubishi a partir do momento em que a Nissan concretizar sua entrada no capital do grupo com a compra de 34%, segundo o jornal econômico, que não cita suas fontes.

A nomeação do executivo como presidente do conselho de administração, proposta pela Nissan, passará por aprovação dos acionistas e administradores da Mitsubishi Motors em dezembro, de acordo com o Nikkei.

O atual presidente do grupo, Osamu Masuko, passará a ocupar o cargo de diretor geral.

Procurada pela AFP, uma porta-voz da Mitsubishi Motors se recusou a comentar as informações.

A Mitsubishi sofre as consequências do escândalo de fraude de dados sobre seus veículos, o que poderia ter afetado a Nissan - a empresa compra dois modelos de veículos pequenos para revender sob sua marca - se o grupo não ajudasse a rival.

A alta no valor das ações reflete a esperança dos investidores de que Ghosn consiga colocar a empresa nos trilhos, como fez com a Nissan, que passava por dificuldades quando a Renault decidiu em 1999 assumir o controle parcial da montadora japonesa.

A Mitsubishi Motors admitiu em 20 de abril que manipulava os dados de quatro modelos de carros, dois deles construídos para a Nissan. Depois confessou ter utilizado testes não homologados no Japão por 25 anos para vários outros veículos.

Carreira
Ghosn está entre os presidentes de empresa mais bem pagos do Japão, país onde os salários dos executivos são inferiores aos dos Estados Unidos ou Europa.

De família francesa e libanesa, ele nasceu em Porto Velho (RO) e era vice-presidente da Renault quando assumiu o comando da Nissan em 1999. A montadora japonesa acumulava uma dívida de U$S 20 bilhões e estava à beira da falência.

Pela primeira vez a presidência de uma montadora japonesa passava a ser de um estrangeiro. O brasileiro demitiu 21 mil trabalhadores, quase 14% da força de trabalho, fechou fábricas e reduziu o número de fornecedores.

Dez anos depois, Ghosn assumiu também a presidência da Renault, sem deixar a direção da Nissan. Ele chegou à montadora francesa com o prestígio de ter reerguido a Nissan e com a imagem de "cost killer" (redutor de custos).

Fonte: AFP