NEGÓCIOS

Brasileiro Roberto Azevedo é reeleito diretor-geral da OMC.

A reeleição de Azevedo não causou surpresa na sede da OMC, em Genebra, pois ele era candidato único.

Em 28/02/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O brasileiro Roberto Azevedo, diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), que obteve nesta terça-feira (28) um novo mandato de quatro anos, alertou para a ameaça do protecionismo ao comércio mundial.

A reeleição de Azevedo não causou surpresa na sede da OMC, em Genebra, uma vez que ele era candidato único.

O diretor-geral, 59, que tem longa experiência na OMC, afirmou que a instituição que dirige “é mais forte agora do que em 2013”, quando assumiu o cargo.

Entre seus êxitos, destacou a entrada em vigor, no último dia 22, de um acordo alfandegário histórico, o primeiro desde o lançamento da OMC, em 1995.

Este pacto multilateral busca estimular o comércio internacional reduzindo os trâmites administrativos nas fronteiras, e gerar, assim, até 1 trilhão de dólares anuais graças às exportações adicionais.

O acordo acontece em um contexto de incertezas envolvendo o comércio internacional com a chegada à Casa Branca de Donald Trump, que defende o protecionismo com o lema “America first”.

“Os tempos são difíceis para o multilateralismo comercial”, declarou Azevedo, sem citar Trump. “Não se pode ignorar a ameaça do protecionismo.”

O diretor da OMC não quis comentar a nova política comercial dos Estados Unidos, mas, nesta terça-feira, em entrevista ao semanário alemão “Bild”, opinou que, “sem comércio, os americanos não voltarão a ser grandes”, em referência a outro lema de Trump durante a campanha: “Make America great again”.

O presidente americano ameaça tomar medidas protecionistas contra as importações chinesas e mexicanas, que acusa de prejudicar a indústria de seu país. Pouco após assumir o cargo, desvinculou os Estados Unidos da Parceria Transpacífico (TPP) promovida por seu antecessor, Barack Obama, com outros 11 países, incluindo Peru, Chile e México.

“Não deveríamos usar palavras que possam nos levar a uma guerra comercial”, disse Azevedo.