TEMAS GERAIS

"Bromance" entre Vin Diesel e Paul Walker marca Velozes e Furiosos

No sétimo longa, saga já arrecadou mais de R$ 2 bilhões mundialmente.

Em 09/04/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Cerca de 11 horas e 25 minutos depois, resta a seguinte impressão: a despeito dos supercarros, das tramas de ação, das explosões, das brigas e das mortes, “Velozes e Furiosos” é uma história de “bromance”. Trata-se do neologismo da língua inglesa usado para se referir à camaradagem intensa entre amigos – é um pacote que inclui lealdade, afeto, divergências, competição eventual, crises... Como um romance, enfim, mas sem a parte sexual da coisa.

No caso de “Velozes e Furiosos”, o par central (de amigos íntimos) é formado por Dominic Toretto (Vin Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker). A presença deles é sentida até nos raros longas dos quais não participaram. Filme após filme, fomos acompanhando o nascimento e a força desta bela amizade. Que enfrentou momentos verdadeiramente difíceis, mas eles provaram que dá para sair mais forte (ou mais rápido) das dificuldades.

Relembre, a seguir, um pouco de “Velozes e Furiosos”, série de filmes que, entre aceleradas e freadas, arrecadou mais de R$ 2 bilhões mundialmente.

“Velozes e Furiosos” (2001)
São três os ingredientes do título inaugural da franquia: um artigo da revista “Vibe” escrito por Ken Li (ele é creditado no roteiro) sobre pilotos de rua de Nova York; a celebração da subcultura das gangues de racha com carros “tunados” na Califórnia (onde se passa o filme); e uma inspiração no cult “Caçadores de emoção” (1991), aquele com o Keanu Reeves e o Patrick Swayze. Com relação aos seus sucessores, “Velozes e Furiosos” tinha mais falatório de oficina. Eram discussões muito sérias sobre peças, equipamentos, NOS etc – é curioso lembrar que os projetos dos supercarrões ficavam gravados em disquetes de computador. Os efeitos especiais eram fracos, se comparado à tecnologia e ao orçamento atuais. Por outro lado, a história é mais amarrada que a dos outros capítulos. Temos aqui um bromance bem armado, com direito traição e posterior sacrifício em nome da amizade.

“+Velozes +Furiosos” (2003)
Aqui não temos mais o Vin Diesel. Permanece só o Paul Walker, e entra na franquia Tyrese Gibson, que faz um cara perigoso mas engraçado. Outro que entra para ficar é Ludacris. Candidato a mais fraco de todos os “Velozes e Furiosos” e com um vilão da pior espécie Miami Vice, o filme mantém a proposta de registrar corridas clandestinas, agora na Flórida. Também continua a pegada policial, desta vez algo sobre contrabando: uma trama que quer parecer às vezes complexa mas é só confusa. E tem a Eva Mendes, cumprindo mais função decorativa que dramática.

“Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (2006)
Sai Paul Walker, sai Vin Diesel – sai todo mundo. Mudemos até de país. Surpreendentemente, contudo, este improvável “Velozes e Furiosos 3” funcionou. O protagonista é um rebelde sem causa interpretado por Lucas Black. É o filme mais adolescente de todos (com incentivo ao desleixo escolar, já que o rapaz só pensa em apostar corrida de carro). Mas é o 1o episódio em que o personagem principal enfrenta a “carrocracia” e usa o transporte coletivo (no caso, o metrô do Japão). Se a história é rasa e bebe na fonte de “Karatê kid” (no lugar de aprender voadoras, o jovem tem de aprender derrapagens), o jeito de filmar surpreende. Há novidades, detalhes “Matrix”, supercloses. É o estilo do diretor Justin Lin, que chegou para ficar (até o sexto filme). A aparição final de Vin Diesel aponta uma reconciliação.

“Velozes e Furiosos 4” (2009)
Enfim, os casais voltam à cena: regressam Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster. A aposta dos roteiristas e de Justin Lin é deixar de vez para um segundo plano os rachas. Tanto é que este é o 1o filme que não começa efetivamente com um pega de rua. O negócio agora é investir na ação, então toma perseguição na autoestrada, atividades criminosas. Como de hábito, Diesel e Walker começam em lados opostos, mas o sentimento fala mais alto e eles logo terão de superar as desavenças. O filme vale mais por dar de novo aos fãs a chance de ver a dupla se estranhando e se entendendo do que pela história, uma das mais fraquinhas de todos os sete. Dado importante: “Velozes e Furiosos” começa a ficar transnacional, passando por República Dominicana e Panamá, por exemplo, além dos Estados Unidos.“Velozes & Furiosos 5: Operação Rio” (2011)
No estilo “Os Vingadores” e “Os mercenários”, “Velozes e Furiosos” reúne seu dream team. Tem a família toda: Vin Diesel (o alfa da coisa toda), Paul Walker, Ludacris, Tyrene, Sun Hang e um novato, Dwayne “The Rock” Johnson. Curiosidade: “The Rock” costuma ser tratado como “viagra das franquias”, por ter revigorado séries de filmes famosas, como “G.I. Joe” e “A múmia”. Nunca foi tão grande o número de mortes em “Velozes e Furiosos” quanto neste 5o capítulo. Terá sido culpa a violência do Rio, onde se passa a trama? Não apenas. A história tem ainda corrupção policial envolvida e tenta denunciar que o controle nas favelas está nas mãos de endinheirados do asfalto. É agradável e faz lembrar com boa vontade “11 homens e um segredo”.“Velozes & Furiosos 6” (2013)
Os caras bem que tentaram se aposentar, mas “The Rock” não deixou. Por motivos de “ressurreição” de Michelle Rodriguez (ela tinha aparentemente morrido dois filmes antes), a turma embarca para Londres. Têm de encarar um vilão que (finalmente) também gosta de carros e não é um mafioso. O mal agora é encarnado por Luke Evans, numa releitura do Dick Vigarista – até bigode ele usa. Apesar das mortes trágicas, o humor merece mais espaço neste 6o longa, principalmente com Tyrese assumindo de vez a função de palhaço da equipe, para a qual ele vinha há tempos tentando mostrar aptidão. Nesta despedida de Justin Lin, vemos cenas que estão entre as mais inverossímeis de “Velozes e Furiosos”. E os fãs adoraram ver Vin Diesel dando uma de X-Men para salvar Michelle Rodriguez. “Velozes & Furiosos 7” (2015)
O mais triste de todos os “Velozes e Furiosos”, pela razão óbvia da morte de Paul Walker. Se a família para o Toretto de Vin Diesel era ponto de apoio, agora virou quase obsessão. Tudo tem um tom de despedida e celebração. Apesar de o roteiro não estar entre o que de melhor se produziu na franquia, o sétimo capítulo será o mais lembrado pelos fãs.Cerca de 11 horas e 25 minutos depois, resta a seguinte impressão: a despeito dos supercarros, das tramas de ação, das explosões, das brigas e das mortes, “Velozes e Furiosos” é uma história de “bromance”. Trata-se do neologismo da língua inglesa usado para se referir à camaradagem intensa entre amigos – é um pacote que inclui lealdade, afeto, divergências, competição eventual, crises... Como um romance, enfim, mas sem a parte sexual da coisa.

No caso de “Velozes e Furiosos”, o par central (de amigos íntimos) é formado por Dominic Toretto (Vin Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker). A presença deles é sentida até nos raros longas dos quais não participaram. Filme após filme, fomos acompanhando o nascimento e a força desta bela amizade. Que enfrentou momentos verdadeiramente difíceis, mas eles provaram que dá para sair mais forte (ou mais rápido) das dificuldades.

Relembre, a seguir, um pouco de “Velozes e Furiosos”, série de filmes que, entre aceleradas e freadas, arrecadou mais de R$ 2 bilhões mundialmente.
“Velozes e Furiosos” (2001)
São três os ingredientes do título inaugural da franquia: um artigo da revista “Vibe” escrito por Ken Li (ele é creditado no roteiro) sobre pilotos de rua de Nova York; a celebração da subcultura das gangues de racha com carros “tunados” na Califórnia (onde se passa o filme); e uma inspiração no cult “Caçadores de emoção” (1991), aquele com o Keanu Reeves e o Patrick Swayze. Com relação aos seus sucessores, “Velozes e Furiosos” tinha mais falatório de oficina. Eram discussões muito sérias sobre peças, equipamentos, NOS etc – é curioso lembrar que os projetos dos supercarrões ficavam gravados em disquetes de computador. Os efeitos especiais eram fracos, se comparado à tecnologia e ao orçamento atuais. Por outro lado, a história é mais amarrada que a dos outros capítulos. Temos aqui um bromance bem armado, com direito traição e posterior sacrifício em nome da amizade.

“+Velozes +Furiosos” (2003)
Aqui não temos mais o Vin Diesel. Permanece só o Paul Walker, e entra na franquia Tyrese Gibson, que faz um cara perigoso mas engraçado. Outro que entra para ficar é Ludacris. Candidato a mais fraco de todos os “Velozes e Furiosos” e com um vilão da pior espécie Miami Vice, o filme mantém a proposta de registrar corridas clandestinas, agora na Flórida. Também continua a pegada policial, desta vez algo sobre contrabando: uma trama que quer parecer às vezes complexa mas é só confusa. E tem a Eva Mendes, cumprindo mais função decorativa que dramática.

“Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (2006)
Sai Paul Walker, sai Vin Diesel – sai todo mundo. Mudemos até de país. Surpreendentemente, contudo, este improvável “Velozes e Furiosos 3” funcionou. O protagonista é um rebelde sem causa interpretado por Lucas Black. É o filme mais adolescente de todos (com incentivo ao desleixo escolar, já que o rapaz só pensa em apostar corrida de carro). Mas é o 1o episódio em que o personagem principal enfrenta a “carrocracia” e usa o transporte coletivo (no caso, o metrô do Japão). Se a história é rasa e bebe na fonte de “Karatê kid” (no lugar de aprender voadoras, o jovem tem de aprender derrapagens), o jeito de filmar surpreende. Há novidades, detalhes “Matrix”, supercloses. É o estilo do diretor Justin Lin, que chegou para ficar (até o sexto filme). A aparição final de Vin Diesel aponta uma reconciliação.
“Velozes e Furiosos 4” (2009)
Enfim, os casais voltam à cena: regressam Vin Diesel, Paul Walker, Michelle Rodriguez e Jordana Brewster. A aposta dos roteiristas e de Justin Lin é deixar de vez para um segundo plano os rachas. Tanto é que este é o 1o filme que não começa efetivamente com um pega de rua. O negócio agora é investir na ação, então toma perseguição na autoestrada, atividades criminosas. Como de hábito, Diesel e Walker começam em lados opostos, mas o sentimento fala mais alto e eles logo terão de superar as desavenças. O filme vale mais por dar de novo aos fãs a chance de ver a dupla se estranhando e se entendendo do que pela história, uma das mais fraquinhas de todos os sete. Dado importante: “Velozes e Furiosos” começa a ficar transnacional, passando por República Dominicana e Panamá, por exemplo, além dos Estados Unidos.“Velozes & Furiosos 5: Operação Rio” (2011)
No estilo “Os Vingadores” e “Os mercenários”, “Velozes e Furiosos” reúne seu dream team. Tem a família toda: Vin Diesel (o alfa da coisa toda), Paul Walker, Ludacris, Tyrene, Sun Hang e um novato, Dwayne “The Rock” Johnson. Curiosidade: “The Rock” costuma ser tratado como “viagra das franquias”, por ter revigorado séries de filmes famosas, como “G.I. Joe” e “A múmia”. Nunca foi tão grande o número de mortes em “Velozes e Furiosos” quanto neste 5o capítulo. Terá sido culpa a violência do Rio, onde se passa a trama? Não apenas. A história tem ainda corrupção policial envolvida e tenta denunciar que o controle nas favelas está nas mãos de endinheirados do asfalto. É agradável e faz lembrar com boa vontade “11 homens e um segredo”.“Velozes & Furiosos 6” (2013)
Os caras bem que tentaram se aposentar, mas “The Rock” não deixou. Por motivos de “ressurreição” de Michelle Rodriguez (ela tinha aparentemente morrido dois filmes antes), a turma embarca para Londres. Têm de encarar um vilão que (finalmente) também gosta de carros e não é um mafioso. O mal agora é encarnado por Luke Evans, numa releitura do Dick Vigarista – até bigode ele usa. Apesar das mortes trágicas, o humor merece mais espaço neste 6o longa, principalmente com Tyrese assumindo de vez a função de palhaço da equipe, para a qual ele vinha há tempos tentando mostrar aptidão. Nesta despedida de Justin Lin, vemos cenas que estão entre as mais inverossímeis de “Velozes e Furiosos”. E os fãs adoraram ver Vin Diesel dando uma de X-Men para salvar Michelle Rodriguez. “Velozes & Furiosos 7” (2015)
O mais triste de todos os “Velozes e Furiosos”, pela razão óbvia da morte de Paul Walker. Se a família para o Toretto de Vin Diesel era ponto de apoio, agora virou quase obsessão. Tudo tem um tom de despedida e celebração. Apesar de o roteiro não estar entre o que de melhor se produziu na franquia, o sétimo capítulo será o mais lembrado pelos fãs.