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Café mais caro do Brasil é encontrado em Domingos Martins (ES)
Atualmente ele custa R$ 5.20 o quilo. É o mais caro do Brasil.
Em 29/10/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Um pedacinho da Europa no Espírito Santo. A região conhecida pelas belezas naturais e pelo clima frio foi escolhida pelos imigrantes alemães e italianos. Em Domingos Martins, na região Serrana capixaba, há muita gente trabalhadora e dedicada. A tecnologia e a criatividade se misturam aos trabalhos manuais e a economia do município cresce.
Muito procurado por turistas de todo o país, o município a 49 quilômetros de Vitória mostra força e se destaca também em outros setores da economia. “Aqui o município é praticamente agrícola. Uma faixa de 80% da população fica na zona rural. A vida é realmente no campo”, contou o agente de extensão rural João Miranda dos Santos.
Apesar da redução dos cafezais, Domingos Martins encontrou na natureza a fórmula para produzir o café mais caro do Brasil. A produção conta com a ajuda de um pássaro: o jacu. “O café jacu é o café que o jacu come a tarde e na parte da manhã faz o cocozinho dele. Atualmente ele custa R$ 5.20 o quilo. É o mais caro do Brasil”, explicou o supervisor de exploração agrícola Rogério Lemke.
Depois de limpo e processado, o café é vendido para todo o Brasil e enviado para os Estados Unidos, Japão, Inglaterra e Rússia. A fórmula inovadora foi patenteada. No Brasil, eles são os únicos que podem produzir.
“O meu patrão viajando ficou sabendo de um café na Indonésia de um gato que come e faz o cocozinho dele. Aí ele pensou que já que estão fazendo um café de um gato, podia tentar com o jacu, no Espírito Santo, para ver no que dá. Chegou com a ideia, provou e estamos até hoje”, lembrou Lemke.
Produção agrícola
Das seis mil propriedades rurais, em cinco mil delas a base da produção vem da agricultura familiar. Os principais produtos colhidos são laranja, limão, mexerica, café e banana. Só na propriedade da família Lampier são produzidas cerca de 60 toneladas de banana por dia. É trabalho o ano inteiro e lavoura a perder de vista.
“A gente trabalha em família: eu, meus irmãos, as esposas e os meus filhos. A produção de banana ocupa oito hectares e produzimos cerca de duas a três mil caixas por ano. Já as frutas cítricas a produção é de sete mil caixas por ano”, destacou o produtor rural Claudio Lampier.
Os agricultores familiares da região não usam agrotóxicos. A produção é orgânica. A propriedade da produtora Marilza é um sítio que possui o selo orgânico do Brasil. Os morangos são 100% naturais. “Produzimos morango orgânico e geleias o ano todo. A variedade é grande. A produção gira em torne de cinco toneladas por mês. Também mandamos a nossa geleia para fora do país”, contou a produtora.
No município também está uma das maiores indústrias do setor de bebidas do país. São produzidos por mês cerca de cinco milhões de garrafas de água e refrigerante. A empresa, genuinamente capixaba, representa 20% do mercado do Estado.
Turismo
Os turistas são atraídos pelo clima e pelas belezas naturais da região, com destaque para o Distrito de Pedra Azul e o Parque Nacional. “Se levarmos em consideração os principais eventos do Espírito Santo, como o Festival Internacional de Inverno de Música Erudita Popular, nós temos uma produção econômica de aproximadamente R$ 18 a 20 milhões no período de festival, que dura 10 dias”, apontou o secretário de turismo do município, Welington Bleidore.
Além disso, no município há três circuitos turísticos que recebem aproximadamente 40 mil pessoas por mês. No principal deles está o Parque Estadual Pedra Azul, uma das maiores áreas de preservação de Mata Atlântica do Brasil. No Parque, trilhas e piscinas naturais. “O parque funciona como um grande atrativo para as pessoas virem conhecer e desfrutar do que a região tem a oferecer como hotéis e cavalgadas”, destacou o gestor da unidade de conservação Marcelo Nascimento da Silva.
No Brasil, o cavalo fjord só é encontrado em Pedra Azul. A raça é uma das mais antigas e dóceis do mundo. Durante a cavalgada, o contato com uma natureza exuberante. No final do dia, difícil é resistir a música na tradicional rua de lazer do município, onde a arquitetura alemã e italiana se destacam.
Fonte: Folha Vitória