ECONOMIA INTERNACIONAL
Cambridge Analytica registra pedido de falência nos EUA
Empresa acessou indevidamente os dados de 87 milhões de usuários do Facebook.
Em 18/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Cambridge Analytica, consultoria política que atuou na campanha de Donald Trump à presidência e está no centro do escândalo de privacidade do Facebook, registrou pedido de falência nos Estados Unidos, na quinta-feira (18).
Em março, vieram à tona alegações de que a Cambridge Analytica, contratada pela campanha eleitoral à Presidência de Donald Trump em 2016, usou indevidamente dados de 87 milhões de usuários do Facebook desde 2014.
A Cambridge Analytica e sua controladora britânica SCL Elections Ltd disseram anteriormente que fechariam imediatamente e começariam os procedimentos de falência após uma forte queda nos negócios.
A petição para registrar o pedido de falência foi submetida à Corte de Falências Distrito Sul de Nova York e assinada em nome do conselho de administração da Cambridge Analytica por Rebekah e Jennifer Mercer, filhas do bilionário Robert Mercer.
A família Mercer foi uma das maiores doadoras para a campanha de Trump.
A Cambridge Analytica LLC listou ativos na faixa entre US$ 100.001 e US$ 500 mil e passivos entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões.
Com sede em Londres, a Cambridge Analytica foi criada em 2013 inicialmente com foco nas eleições dos Estados Unidos, com apoio de US$ 15 milhões de Mercer e um nome escolhido pelo ex-conselheiro de Trump na Casa Branca Steve Bannon, de acordo com uma reportagem do New York Times.
O Facebook enfrentou múltiplas investigações nos Estados Unidos e na Europa sobre o tratamento de dados pessoais de usuários, prejudicando as ações da empresa liderada por Mark Zuckerberg.
O Facebook disse segunda-feira (14) que suspendeu cerca de 200 aplicativos na primeira etapa de sua revisão de aplicativos que tiveram acesso a uma grande quantidade de dados de usuários antes que a empresa restringisse o acesso a dados.
Zuckerberg vai ao Parlamento Europeu
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, vai depor no dia 22 ao Parlamento Europeu sobre uso de dados
A visita à Europa é organizada dias antes de entrar em vigor, no dia 25 de maio, um regulamento que obriga os grupos da internet a adaptar suas condições de uso para os europeus.
Zuckerberg será recebido no dia seguinte (23) em Paris pelo presidente francês Emmanuel Macron, com cinquenta diretores de grandes empresas do setor digital.
Explicações nos EUA
Em abril, Mark Zuckerberg respondeu perguntas de deputados na Câmara dos Estados Unidos em um depoimento de quase cinco horas. No dia anterior, ele já tinha participado de uma audiência sobre o mesmo assunto no Senado que durou cerca de cinco horas.
O executivo foi questionado pelos deputados do Comitê de Energia e Comércio sobre como o Facebook reagiu ao "vazamento" de dados de 87 milhões de pessoas pela consultoria política Cambridge Analytica e como a empresa trabalha para proteger os dados de seus usuários.
(Foto: Kirsty O'Connor / Arquivo / AP)