POLÍTICA INTERNACIONAL

Candidata à presidente do Peru, Keiko Fujimori diz que não dará golpe.

Pai dela, após ser eleito, deu um autogolpe com a ajuda dos militares.

Em 04/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Keiko Fujimori, favorita para a eleição presidencial de 10 de abril no Peru, estabeleceu distância do pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, e afirmou que nunca dará um golpe de Estado como ele, antes de uma passeata contra sua candidatura.

"Me comprometo a respeitar a não reeleição presidencial estabelecida em nossa Constituição Política. Finalmente, nunca mais um 5 de abril de 1992", disse Fujimori. O pai dela, depois de ser eleito em 1990, deu um autogolpe com a ajuda dos militares, que permitiu fechar o Congresso e controlar as instituições do Estado.

Fujimori pai foi reeleito em 1995 e, com a interpretação das leis a seu favor, voltou a ser eleito no ano 2000, mas teve que renunciar quando estava no exterior em meio a um escândalo de compra de políticos e meios de comunicação.

Hoje, aos 77 anos, cumpre pena por crimes de corrupção e contra os direitos humanos, por assassinatos cometidos durante seu governo na luta entre as Forças Armadas e as guerrilhas que espalharam o terror no país.

Um grande protesto contra Keiko está programado para terça-feira 5 de abril, quando o autogolpe de seu pai completa 24 anos.

"Me comprometo ao respeito irrestrito da ordem democrática e dos direitos humanos", afirma Keiko Fujimori em um documento assinado ao final de um debate presidencial no domingo.

Keiko, que foi a primeira-dama do país no governo de seu pai, disse que vai respeitar a liberdade de imprensa e não utilizará o poder político para beneficiar sua família. Em sua primeira candidatura à presidência, em 2011, ela afirmou que, em caso de vitória, indultaria o pai, o que custou sua derrota.

De acordo com uma pesquisa do instituto Ipsos, a última que a lei eleitoral permite divulgar a uma semana das eleições, a conservadora Keiko Fujimori consolida a liderança com 34,4% das intenções de voto, seguida por um empate técnico entre o candidato de direita Pedro Pablo Kuczynski (16,8%) e a esquerdista Verónika Mendoza (15,5%).

Fonte: AFP