EDUCAÇÃO

Capixabas de baixa renda realizam sonho de cursar faculdades

Identificamos os jovens na rede pública de ensino, diz Bartira Almeida, do Instituto Ponte.

Em 02/09/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/De principal

"Identificamos os jovens na rede pública de ensino, que são estimulados a desenvolverem suas habilidades e a alcançarem o seu pleno potencial", relata a fundadora e presidente do Instituto Ponte (IP), Bartira Almeida.

Quatro jovens capixabas estão cursando, neste ano, graduações em faculdades relevantes Brasil a fora. Marlon Borges, aprovado em Medicina (Multivix – Vitória) e em Biotecnologia na Universidade Federal do RJ (4º lugar em 2020); Antônio Henrique, aprovado em 5º lugar no curso de Engenharia Elétrica da UFMG e na UFES em 2019; Lucas Belique, em Ciências da Computação na Universidade Estadual de Santa Cruz - BA, 15º lugar em 2020; e Eduardo Gomes, em Engenharia Mecânica na Faculdade Católica de Vitória, com bolsa integral em 2020.

Até aí nada de novo. Mas, engana-se quem pensa que eles tiveram, ao longo da sua vida escolar, condições financeiras para investir nos estudos.

Todos eles são exemplos de alunos “descobertos” por um projeto capixaba que acaba de completar seis anos de atividades: o Instituto Ponte (IP), uma entidade criada para servir de ‘ponte’ e dar oportunidade de uma educação de qualidade para jovens talentosos, oriundos de famílias de baixa renda.

Bolsas integrais

O ingresso de Antônio Mello, Lucas Belique, Eduardo Gomes e Marlon Borges no IP serviu como um marco em suas vidas, um divisor de águas. A partir daí, eles conseguiram bolsas integrais em algumas das escolas mais conceituadas do estado e, com muito talento, disposição e estudo, estão realizando o sonho de cursar boas faculdades.

"Em primeiro lugar, identificamos esses jovens, todos na rede pública de ensino. A partir daí eles são estimulados a desenvolverem suas habilidades e a alcançarem o seu pleno potencial. Para se manterem no projeto, eles precisam se esforçar, apresentar boas notas e muita dedicação", relata Bartira Almeida, fundadora e presidente do IP.

Sem fins lucrativos, a entidade é mantida por patrocínios e doações. Atualmente, conta com uma rede de mais 40 empresas parceiras e tem alunos atendidos em 17 municípios capixabas. Em 2018, comemorou sua primeira indicação como uma das 100 Melhores ONGs do Brasil e conquistou o Prêmio Nacional de Boas Práticas de Gestão do Terceiro Setor.

Impactou alunos

Em seis anos de atividades, o IP já impactou mais de 179 alunos, com idades entre 12 e 20 anos.

“Nossa primeira turma tinha 19 alunos. De lá para cá fomos aumentando a rede de parceiros e ampliando o número de estudantes atendidos. Queremos, cada vez mais, apoiar mais alunos e quebrar o ciclo de pobreza e falta de oportunidade de suas famílias. Não podemos desperdiçar nossos talentos. Eles estão aí, existem em todas as classes sociais. Só precisam de uma oportunidade. Para a maioria dos nossos alunos, cerca de 90% dos casos, eles serão os primeiros em suas famílias a entrarem numa faculdade”, comenta Bartira que, no ano passado, foi reconhecida, por conta deste projeto, no prêmio Mulheres do Amanhã, promovido pela ArcelorMittal Tubarão. 

Assim como ocorreu com Antônio Mello, Lucas Belique, Eduardo Gomes e Marlon Borges, outros 21 alunos estão recebendo suporte do IP para prestar o vestibular em cursos diversos. Para eles, nem mesmo o céu é o limite.

Saiba mais

O Instituto Ponte se dedica a identificar alunos talentosos nas escolas públicas do Estado e dar para eles a oportunidade de uma educação de qualidade. Seu trabalho proporciona, além da formação escolar excelente, suporte pedagógico, psicológico e direcionamento de carreira. Em seu quarto ano de existência, O IP já registra uma história de sucesso pautada na inserção e manutenção de seus alunos em escolas que apresentam os melhores resultados do Enem do Espírito Santo. (Por Rosane Freitas - AsCom IP)