ECONOMIA CAPIXABA
Capixabas driblam crise com serviço de hospedagem e babá para pets.
Marcelo começou como dog walker e Miriam com amor de sobra para gatos.
Em 17/10/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Quem tem animais de estimação sabe que um dos momentos mais difíceis é procurar onde deixá-los quando há uma viagem de férias ou de feriado. Alguns têm como optar por casas de parentes ou amigos, ou ainda um hotelzinho especializado, mas para outros, às vezes não são as melhores escolhas.
É aí que entram os serviços das babás e de hospedagem domiciliar, que podem ser uma saída nessa crise econômica que o país vem enfrentando. Mas, prepare-se: os pré-requisitos são muito amor e estudos.
O empresário Marcelo Medeiros, de Vila Velha, começou como dog walker, fazendo passeios com cachorros cujos donos não tinham tempo. Mas os próprios clientes o incentivaram a expandir os negócios.
"Comecei passeando com os cachorros, mas os donos sempre me perguntavam se eu não ficaria com eles no fim de semana, se precisassem viajar. Foi quando eu percebi que podia me dedicar mais ao trabalho com os pets", contou.
De lá para cá ele deixou o trabalha que tinha na área de logística e fez vários cursos na área animal. "Fiz curso de assistente de veterinária, de dog walker, adestramento, comportamento canino, entre outros. Para entrar nesse mercado, você precisa ter um entendimento sobre comportamento animal, porque cada um tem um temperamento, manias. E o dono tem que ver as melhoras", explicou.
Além do serviço de dog walker, Marcelo também oferece o dog hero, que é quando hospeda o animal na casa dele; e pet sitter, quando vai até a casa da pessoa que está viajando para passar algumas horas com o animal, colocar comida e água, limpar, brincar e dar remédios.
Além de Vila Velha, ele também atende em Vitória. "Às vezes o cão não gosta de sair de casa, do ambiente que está acostumado, então eu vou até ele. Em todas as situações, é importante tratar o animal com muito respeito, é uma parceria. Conto com a ajuda da minha noiva Fabíola, e quando levamos cães para casa, tratamos como se fossem nossos, alguns dormem até na cama com a gente", falou.
A noiva de Marcelo, Fabíola Andreão Ribeiro, contou que a casa que moram tem espaço para receber até 10 cães.
"Recebemos ao mesmo tempo até seis cães de porte pequeno a médio e quatro de porte grande por ser hospedagem domiciliar. Ainda não aconteceu este tanto ao mesmo tempo, mas temos espaço para isso", disse.
Os donos costumam deixar os animais por um fim de semana ou feriado. Segundo Marcelo, às vezes o cão fica um mês na casa dele, tempo de férias da família, mas pode ficar mais.
"É um trabalho que não tem preço. Você se afeiçoa ao animal e ele a você. Nos casos de passeio, por exemplo, ele já fica em casa te esperando e quando ele te vê, é aquela festa. Fora que a gente acaba criando uma amizade com os donos também", disse.
Gatos
O amor por gatos fez com que a violinista da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses), Miriam Mollo, se aventurasse em um novo negócio. Junto com as filhas gêmeas Isabella e Isadora, há dois meses ela criou o 'Gatas Cuidam de Gatos'.
Elas vão até as casas de pessoas que viajam e não têm como deixar os animais sozinhos. É o serviço de pet sitter.
"Vi uma reportagem falando sobre esse tipo de negócio e percebi que ainda não era expressivo por aqui. Até porque era a minha realidade. Tenho três gatos e teve uma época que precisei passar um mês fora e não tinha com quem deixar", lembrou.
Miriam explicou que é mais saudável para o animal ir até a casa dele a levá-lo para a dela. Isso porque os gatos não se adaptam facilmente a ambientes novos.
"Meu negócio é mais por indicação, porque como vamos até a casa da pessoa, ela tem que confiar em nós. Quando marcam comigo, vou antes na casa, converso, começo a interagir com o animal, porque quando eu voltar sozinha, a aceitação é mais fácil", explicou.
A violinista e as filhas, que são estudantes de fisioterapia e medicina, se dividem no serviço. Mirim destacou a preferência dos animais pela filha Isabella.
"Sempre que tem um animal mais difícil de lidar, eu mando a Isabella. Os animais gostam dela de cara, não sei o que ela tem. Até achei que ela fosse querer ser veterinária, mas ela disse que não gosta de ver animais sofrerem", falou.
As três moram na capital, mas atendem animais em toda a Grande Vitória.
"Nós colocamos comida e água, brincamos, levamos ao veterinário se precisar. Os gatos sentem muito a falta do dono, então tentamos amenizar, fazer coisas diferentes. E sempre mandamos foto ou vídeos para os donos, para mostrar que está tudo bem", falou.
Fonte: g1-ES