NEGÓCIOS

Carrefour muda a sintonia e busca alternativas para manter a rentabilidade.

Sob o comando do francês Charles Desmartis, o Carrefour está voltando ao universo pontocom.

Em 03/08/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Nos últimos anos, poucos setores sofreram tanto com o sobe-e-desce da economia – que mais desceu do que subiu – quanto o de supermercados. Entre 2012 e 2014, as vendas das redes varejistas caíram 7,4%, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). As maiores lojas foram as que mais sofreram. Nesse contexto, Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour, buscaram alternativas para manter a rentabilidade. O caminho adotado por praticamente todas elas foi o fortalecimento das operações de comércio eletrônico. Para o Carrefour, no entanto, a estrada se mostrou mais tortuosa.

Há seis anos, o grupo francês, segundo maior varejista do Brasil, se aventurou no mundo virtual, mas, após dois anos de resultados negativos, desistiu da empreitada. Agora, sob o comando do francês Charles Desmartis, o Carrefour está voltando ao universo pontocom. Na terça-feira 26, Desmartis reinaugurou a loja virtual do grupo no País, numa tentativa de reduzir sua dependência do varejo tradicional. “Hoje, essa tendência está mais forte entre os consumidores”, reconheceu o executivo.

Sortimento diferenciado

Para não repetir o tropeço da primeira excursão online, ele desenhou uma estratégia que une tecnologia e um sortimento diferenciado. “Nosso principal objetivo é ampliar o relacionamento com os clientes, que encontrarão no site itens não comercializados nas lojas físicas”, disse Desmartis. Em princípio, o site Carrefour.com vai focar em utensílios domésticos, decoração, eletrônicos e brinquedos. Os alimentos, incluindo itens frescos, e as bebidas só entrarão no portfólio em 2017, por conta da complexidade logística desse tipo de operação.

Para Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, a entrada tardia do Carrefour no cenário virtual, visto que o Pão de Açúcar, seu maior concorrente, já atua com e-commerce desde 1995, não atrasa os negócios do grupo. “Ainda existe uma resistência do consumidor em fazer compras rotineiras através de e-commerce”, diz Rocha. Apesar das dificuldades da economia, de 2013 para 2015 o faturamento do Carrefour passou de R$ 34 bilhões para R$ 42,7 bilhões no País, um crescimento de 25%. No mesmo período, a receita do Grupo Pão de Açúcar, líder de mercado, passou de R$ 64,4 bilhões para R$ 76,9 bilhões, alta de 19%. No campo de batalha virtual, no entanto, o Carrefour ainda precisa provar suas habilidades.

Por: Andressa D’Amato