POLÍTICA NACIONAL
Celso de Mello nega pedido e Bolsonaro não pode depor por escrito
Jair Bolsonaro está na condição de réu ou investigado neste inquérito
Em 11/09/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
![](https://correiocapixaba.com.br/storage/midias/publicacoes/ae7abbb2dd.jpg)
Em sua decisão, o ministro que está há mais tempo na corte e que se aposentará em novembro, argumentou que a prerrogativa de um chefe de Poder prestar depoimento por escrito só existe quando ele é testemunha ou vítima.
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou pedido feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para que o presidente Jair Bolsonaro possa depor por escrito no âmbito do inquérito que aponta suposta interferência dele na Polícia Federal, informou o STF nesta sexta-feira (11).
Em sua decisão, o ministro que está há mais tempo na corte e que se aposentará em novembro, argumentou que a prerrogativa de um chefe de Poder prestar depoimento por escrito só existe quando ele é testemunha ou vítima, não quando é réu ou investigado, como é o caso de Bolsonaro neste inquérito.
Em seu despacho, Celso de Mello também esclareceu que a decisão de negar a possibilidade de Bolsonaro depor por escrito estava pronta antes de ele sofrer uma intervenção hospitalar, o que fez com que entrasse em licença médica. A internação impediu o ministro, de acordo com o documento, de assinar a decisão tornada pública agora.
Denúncia de Moro
Ao pedir demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública em abril, o ex-juiz federal Sérgio Moro justificou a saída do comando da pasta apontando que Bolsonaro havia buscado interferir na Polícia Federal através da troca do diretor-geral da corporação e de comandos de superintendências regionais do órgão.
O presidente nega as acusações, que levaram Aras a pedir a instauração de inquérito contra Bolsonaro, por causa da suposta interferência, e contra Moro, para apurar se houve denunciação caluniosa ou crime contra a honra cometido pelo ex-ministro. (Por Ricardo Brito - Reuters)