SAÚDE

Certidão de óbito de capixaba aponta febre amarela como causa da morte.

Apesar disso, doença ainda não confirmada pela Secretaria de Saúde.

Em 22/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A certidão de óbito do pedreiro de Ibatiba, no Espírito Santo, que morreu com suspeita de febre amarela aponta que a doença foi mesmo a causa da morte. Apesar disso, a prefeitura e a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) disseram que o caso ainda é tratado como suspeita e que a causa da morte só será confirmada após a divulgação dos exames, prevista para terça-feira (24).

O óbito foi atestado pelo médico Marcelo Ker Werner, de Minas Gerais.

Albenes da Silva Azevedo, de 33 anos, morreu nesta sexta-feira (20). Ele estava internado no Hospital César Leite, em Manhuaçux, Minas Gerais, desde a última quarta-feira (19) na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ele é morador da localidade de Santa Clara, interior de Ibatiba, na região do Caparaó.

A localidade fica há 11km da sede. Familiares contaram que os primeiros sintomas surgiram no último domingo (15), Albenes estava com febre, dor no corpo, vômito e dor de cabeça e começou a ficar muito amarelo. Ele procurou atendimento no Pronto Socorro de Lajinha, que faz divisa com a localidade onde mora. Na quarta os rins paralisaram e ele foi transferido para Manhuaçu.

“O médico disse para a gente que não tinha mais jeito que era febre amarela e que estava em um estágio muito avançado e que se o organismo dele não reagisse eles não teriam o que fazer. Ele ainda explicou que tinha 99% de chance de ser febre amarela”, disse a prima de Albenes, a lavradora Soely de Azevedo, 41 anos.

Soely ainda disse que uma semana antes de apresentar os primeiros sintomas, Albenes trabalhou na casa da tia dele, a dona de casa Germana da Silva Azevedo, de 53 anos. Ela também está internada no Hospital César Leite, desde a manhã deste sábado (21) com suspeita de febre amarela.

“Ela chegou a ficar internada de terça-feira até sexta-feira em Ibatiba, mas nós ficamos muito preocupadas e tiramos ela do hospital e levamos para Lajinha. Ela foi transferida hoje de manhã para Manhuaçu. Ela já está internada na área de isolamento tratando da febre amarela”, disse.

A assessoria do hospital confirmou que Albenes estava sendo tratado como suspeita de febre amarela. Apesar de na certidão de óbito estar escrito que a causa da morte foi Insuficiência dos órgãos e Febre Amarela, o prefeito Luciano Salgado confirma que a causa só será confirmada após a divulgação dos exames.

“Que fique muito claro, não está comprovado que é febre amarela. Oficialmente os exames que comprovam a doença ainda não foram divulgados pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais e nós não recebemos essa informação do Hospital César Leite.”disse Salgado.

O velório ocorreu na casa do pai de Albenes em Santa Clara. Ele era divorciado e deixa um filho de 13 anos. O corpo foi enterrado às 15h no Cemitério Municipal.

Preocupação
Além de Albenes e Germana, outras três pessoas que moram na localidade de Santa Clara também integram a lista de pessoas que estão com suspeita de febre amarela. Esses pacientes estão internados na Grande Vitória.

Na casa do lavrador Gilmar Pereira, 43 anos, as sete pessoas da família já tomaram a vacina contra a febre amarela há aproximadamente uma semana. “Tem muitas pessoas que nem tomaram a vacina por não estrem bem informados. Fico com medo de mais alguém pegar. Alguém da família, da redondeza, porque são todas pessoas humildes e boas. É bem difícil”, disse.

O micro-empreendedor Roberto Moreira, 63 anos, mora na região há 40 anos e conhecia Albenes desde que nasceu. “A gente está muito preocupado com o caso. Ele era um menino forte e acontece um negócio desse a gente fica assutado, principalmente a família. Já vou vacinar na segunda-feira pois eu e minha esposa precisamos de laudo para vacinar”, contou.
A campanha de vacinação reiniciou nesta sexta-feira (20) na localidade no município. 4,3 mil pessoas foram vacinadas. A intenção do governo municipal é vacinar todos os moradores da cidade.

Primatas
Mais de 30 primatas foram recolhidos mortos e amostras foram enviadas para o Pará. O resultado desses exames deve ser divulgado em 10 dias.

Por Geizy Gomes, de A Gazeta