ECONOMIA INTERNACIONAL
China proíbe grandes acionistas de vender ações nos próximos 6 meses
Tentativa é conter queda nos preços das ações que afeta mercados globais.
Em 09/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A agência reguladora de valores mobiliários da China tomou a medida drástica de proibir que acionistas com participações superiores a 5% vendam seus papéis nos próximos seis meses, numa tentativa de conter uma queda nos preços das ações que está começando a perturbar os mercados financeiros globais.
A China Securities Regulatory Commission (CSRC) afirmou em seu site na noite da quarta-feira (8) que irá tratar com severidade qualquer violação da regra. A medida parece já ter surtido efeito e fez os mercados asiáticos fecharem em alta nesta quinta-feira.
A polícia e a agência reguladora de valores mobiliários da China estão investigando mais de 10 pessoas e organizações por “má intenção” nas negociações das ações, segundo informou nesta quinta-feira (9) a agência Reuters, citando o jornal estatal “China Securities Journal”. A investigação foi centrada sobre as vendas de blue chips (as mais negociadas).
A proibição também parece se aplicar a investidores estrangeiros que detêm participações em empresas listadas nas bolsas de Xangai ou Shenzhen, embora a maioria de suas participações seja inferior a 5%.
Separadamente, os principais acionistas dos maiores bancos chineses, incluindo ICBC, e empresas, como a Sinopec, prometeram manter suas participações e aumentar suas cotas nas companhias listadas.
Os anúncios ocorrem após o mercado de ações da China mostrar sinais de congelamento nesta quarta-feira, depois que as empresas correram para escapar da turbulência ao suspender suas ações e a CSRC alertou para um "sentimento de pânico" atingindo os investidores.
O índice CSI300 das maiores empresas listadas nas bolsas de Xangai e de Shenzhen fechou em queda de 6,8% na quarta-feira, enquanto que o Shanghai Composite Index caiu 5,9%.
As ações chinesas perderam mais de 30% dos seus valores desde meados de junho. Para alguns investidores globais, o medo de que a turbulência no mercado chinês desestabilize a economia real é agora um risco maior do que a crise na Grécia.
De fato, o governo dos Estados Unidos está preocupado que a quebra do mercado acionário poderia atrapalhar a agenda de reforma econômica de Pequim.
"A preocupação, que é real, é sobre o que isso significa em relação ao crescimento de longo prazo na China", disse o secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew, nesta quarta-feira, durante um evento em Washington sobre a estabilidade financeira.
"Como é que as autoridades chinesas reagirão a isso e o que isso significa em termos de condições fundamentais da economia?"
Mais de 500 empresas chinesas listadas anunciaram a suspensão das negociações de suas ações nas bolsas de Xangai e Shenzhen na quarta-feira, elevando o total de suspensões a cerca de 1.300 - 45% do mercado ou cerca de 2,4 trilhões de dólares em ações, com as empresas procurando se afastar da carnificina.
Fonte:G1