ESPORTE INTERNACIONAL
Cielo defende título em Kazan, mas desabafa: "A velocidade não aparece"
Bicampeão mundial dos 50m borboleta busca o tri na final deste segunda.
Em 03/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Até pouco tempo atrás, Cesar Cielo costumava sair da piscina feliz com as respostas do seu corpo aos estímulos que fazia. Era praticamente um processo automático. De uns tempos para cá, o que sugeria ser simples - ao menos para quem via de fora - passou a ser extremamente difícil e penoso para o tricampeão mundial dos 50m livre. Depois do primeiro dia frustrante no Mundial de esportes aquáticos de Kazan, no domingo, o destaque brasileiro admitiu que não está conseguindo ser veloz como antigamente. Nesta segunda-feira, na final dos 50m borboleta, o objetivo do bicampeão mundial da prova é tentar esquecer as dores no ombro esquerdo para tirar da cartola uma medalha que se tornou improvável depois do oitavo tempo feito por ele na semi.
- É uma dificuldade que a gente está tendo desde o início do ano. A gente está carregando essa fadiga, essa falta de velocidade, que eu não consigo recuperar. Esse mês, depois do Aberto da França, eu descansei bastante e, mesmo assim, a velocidade não aparece. Vamos ver se consigo encaixar uma prova legal, fazer um tempo melhor e ver se é o suficiente para ficar entre os três. Cielo e Nicholas disputam a final dos 50m borboleta, nesta segunda-feira, a partir das 11h30 (de Brasília).
Há mais de um mês, antes da disputa do Aberto da França, Cesar Cielo começou a sentir dor no ombro esquerdo. Segundo o médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Gustavo Magliocca, o nadador tem uma inflamação no tendão supra-espinhal. A lesão, considerada comum em atletas da modalidade, está sendo tratada com fisioterapia.
- Nem eu sei o que é direito. Estamos fazendo tratamento direto aqui na vila. Quando a gente nada nessa velocidade, a primeira braçada é muito forte. Melhora um pouquinho com o tratamento, mas a primeira braçada tira tudo que melhorou. Mas faz parte. Nunca tive de lidar com uma lesão na competição. Essa aqui estou carregando há um tempinho já – contou o nadador.
O jeito agora é tentar controlar a lesão para conseguir disputar suas provas em Kazan da melhor maneira possível. O primeiro obstáculo é a final dos 50m borboleta, nesta segunda-feira. Depois dela, o foco será em sua principal prova: os 50m livre, na sexta-feira. A ideia é tentar descansar neste intervalo para tentar se recuperar fisicamente para defender o tricampeonato mundial. O problema é que no nado crawl o ombro costuma ser ainda mais exigido.
- O borboleta é mais fácil porque eu divido a força com os dois braços. O braço esquerdo é a minha primeira braçada, que é a mais forte. É onde eu mais faço força - explicou.
Fonte: GE