MOTOR

Clássicos para comprar em 2023 antes que preços disparem

Os preços obedecem a uma escala de classificação que leva em conta a originalidade.

Em 09/02/2023 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Hagerty / Divulgação

Bull Market List da seguradora Hagerty tem desde Toyota Hilux a Chevrolet Corvette, passando por Audi R8 e Hummer H1.

Quando a Hagerty diz que você deveria comprar um Dodge Viper GTS, um Land Rover Defender 90 ou um Volvo 245 é porque analistas da seguradora norte-americana especializada em veículos de coleção extraíram informações de um banco de dados próprio – formado pela avaliação de mais de 40 mil veículos na última década – e cruzaram com outros elementos do mercado, como dados demográficos de seus clientes, cotações de apólices e valores de vendas privadas, de leilões públicos e de importações e exportações.

Assim é constituída a Bull Market List, já uma das principais referências no universo dos clássicos para valores, tendências e investimentos. Publicada desde 2018, acaba de chegar à sexta edição, distinta das anteriores visto que a maioria dos carros foi produzida de 2000 em diante. “A lista deste ano é um microcosmo do mercado de colecionáveis ​​de hoje, que está vendo compradores mais jovens e mais diversificados. O SUV e a picape da lista, por exemplo, são os favoritos das gerações X e Millennials”, avalia McKeel Hagerty, CEO da seguradora.

Hagerty também comenta que essas gerações – formadas respectivamente por indivíduos que nasceram entre 1965 e 1979 e entre 1981 e 1996 – foram as que mais buscaram cotações de seguros para clássicos, superando os Baby Boomers (aqueles que surgiram entre 1946 e 1964) pelo quarto ano consecutivo.

“O colecionismo de veículos clássicos está mudando de mãos e crescendo. E o que me deixa animado é que os proprietários de hoje, especialmente os mais jovens, não estão muito interessados ​​em acumular grandes coleções que ficam sem uso em garagens ou depósitos. Eles estão dirigindo”, analisa.

 

Em sua última assembleia geral, celebrada em novembro na capital da Bulgária, Sófia, a Fédération Internationale des Véhicules Anciens externou estar encantada por perceber maior presença dos jovens no antigomobilismo, o que a entidade considera essencial para assegurar o futuro do colecionismo de veículos clássicos.

“Às vezes, atrair entusiastas mais jovens parecia uma colina difícil de escalar”, avaliou o recém-reeleito presidente da FIVA, Tiddo Bresters, que usou o próprio evento como termômetro: “entre os cerca de 200 participantes que se juntaram a nós em Sófia (120 pessoalmente e o restante online), a grande maioria dos delegados de Marrocos, Turquia, México, Índia e Europa Central e Oriental tinha menos de 50 anos, com muitos em seus anos 30 e 40”.

Colecionar clássicos está na moda, em outras palavras.

Os preços da Bull Market List obedecem a uma escala de classificação que leva em conta a originalidade e a condição tanto estética quanto mecânica; valores mais altos se referem a carros impecáveis, enquanto os mais baixos equivalem a exemplares “bons”, de acordo com a seguradora.

À Bull Market List 2023, que inclui nesta edição também uma motocicleta (os comentários são da Hagerty):

AMC AMX 1969

Embora seja menos apreciado do que outros muscle cars, entusiastas mais jovens o estão comprando cada vez mais: o interesse das próximas gerações pelo AMX quase triplicou desde 2019, saltando de 13% para 38%, sugerindo uma provável valorização.

Prós: único muscle car americano de dois lugares e motor e câmbio robustos.

Contras: permanecerá na sombra dos muscle cars de Ford, GM e Dodge; ferrugem, disponibilidade irregular de peças e difícil encontrar um em perfeito estado.

Preços: US$ 13.500 a US$ 52.800

Audi R8 V10 2011

Todas as gerações de entusiastas apreciam o R8 e o interesse está crescendo. O aumento do número de apólices é três vezes mais rápido do que a média da Hagerty nos últimos cinco anos. As pesquisas nas ferramentas de avaliação da empresa dobraram nos últimos 12 meses e superam as do equivalente Lamborghini Gallardo. Os valores do R8 subiram 37% desde 2019 e, com a demanda crescente, é provável que haja mais valorização.

Prós: desempenho italiano com sotaque alemão, dinâmica lindamente equilibrada e engates do câmbio manual.

Contras: perfil controverso, visibilidade traseira ruim e transmissão automatizada R-tronic (que deve ser evitada).

Preços: US$ 91.500 a US$ 216.000

Chevrolet Corvette Z06 2003

A quinta geração do Z06 tem todos os indicadores iniciais de aumento da demanda. As pesquisas nas ferramentas de avaliação da Hagerty mais do que triplicaram desde 2021, e uma parcela igual de cotações de seguros vêm de Boomers, X e Millennials, revelando que a demanda está distribuída uniformemente por todo o mercado. Novos compradores estão pagando mais pelos melhores exemplares; carros em condição 1 de originalidade e preservação aumentaram 24% desde o início de 2022, enquanto aqueles em condição 4 caíram 17%.

Prós: excelente ronco do motor, suspensão competente e não muito rígida, faz quase 13 km/l se você não abusar do acelerador e há muitos por aí por uma ampla gama de preços.

Contras: bancos não oferecem suporte suficiente para uma condução esportiva e o desenvolvimento gastou menos tempo nos acabamentos internos do que no resto do carro.

Preços: US$ 13.600 a US$ 49.300

Hummer H1 2002

Com o novo Hummer elétrico sendo vendido por muito dinheiro, entusiastas estão procurando excelentes exemplos do modelo original. Membros da Geração X (os maiores fãs de SUVs colecionáveis) possuem mais da metade de todos os H1 segurados pela Hagerty, mas a propriedade da Geração Millennial aumentou desde 2020 para quase um terço. Enquanto isso, a valorização desde 2019 cresceu apenas 9,9% – tudo isso aponta para uma apreciação mais rápida do H1.

Prós: praticamente indestrutível, excelente off-road, jipão “old school” e dirigi-lo é patriótico.

Contras: consumo de combustível pode custar a assinatura do Sierra Club, motor soa como uma britadeira dentro da cabine, sem airbags e muito pesado (3,4 toneladas).

Preços: US$ 44.300 a US$ 146.000

Lamborghini Murciélago LP640 2007

A corrida para encontrar supercarros analógicos com câmbio manual ignorou o Murciélago, mas mudanças demográficas em relação ao proprietário sugere que isso está mudando lentamente. Seus preços aumentaram 48% desde 2019, mas ficaram atrás do de carros como o Porsche Carrera GT, que dobrou no mesmo período. Como os entusiastas da próxima geração são uma parcela crescente de proprietários (aproximando-se de 2/3), os valores para o Murciélago tendem a mais valorização.

Prós: portas que se abrem para cima e não para o lado; um V12 que gira até 8.500 rpm, a remota possibilidade de adquitir uma versão manual e faz do seu filho uma celebridade instantânea na hora de deixá-lo na escola.

Contras: fragilidade italiana, exige visitas frequentes ao posto de combustível e você precisa gostar de ser fotografado a qualquer hora e em qualquer velocidade.

Preços: US$ 191.000 a US$ 382.000

Mercedes-Benz SLR McLaren 2006

Comparado com rivais da época, o SLR McLaren parece uma pechincha. Enquanto os valores do Porsche Carrera GT mais do que dobraram desde 2019, os do Mercedes subiram modestos 37%. Colecionadores mais velhos ainda são donos da maioria dos SLR, mas a propriedade dos mais jovens está dobrando nos últimos tempos.

Prós: o supercarro mais impressionante visualmente e utilizável que surgiu nos anos 2000, a McLaren ainda oferece assistência e atualizações para o SLR e seu motor 5.4 é provavelmente o melhor V8 já produzido pela Mercedes

Contras: freios são difíceis de moderar suavemente, interior não tão bom quanto o preço sugere, suspensão dura e direção pesada conflitam com posicionamento Gran Tourer.

Preços: US$ 199.000 a US$ 430.000

Nissan 350Z Nismo 2008

Com o lançamento do novo Z, colecionadores provavelmente se voltarão ao modelo antigo. O 350Z já havia sido negligenciado pelo mercado, com valores ficando atrás dos Zs anteriores até recentemente. Valores médios aumentaram 78% desde o início de 2021, o maior aumento para qualquer Z além do 280 ZX que foi de 1979 a 1983, que dobrou no mesmo período. Os Boomers ainda possuem a maioria dos 350Z, mas 19% das novas apólices contratadas em 2022 eram de compradores com menos de 40 anos.

Prós: confiabilidade louvável, desempenho nítido na pista e toneladas de equipamentos de reposição disponíveis.

Baixos: não é exatamente espaçoso por dentro, visibilidade externa semelhante à de um submarino, motor um pouco fraco e o aumento do valor de revenda provavelmente o tirará da categoria “acessível”.

Preços: US$ 16.400 a US$ 55.000

Saab 900 Turbo 1993

Proprietários com menos de 40 anos triplicaram desde 2019, de uma participação de 7% para 22%. As exportações de volta para a Europa estão em alta. Embora tenham aumentado 33% desde 2019, os valores ficaram atrás de concorrentes contemporâneos, como BMW 325i (+87%) e Volvo 240 (+42%). No entanto, à medida que a demanda de novos entusiastas emerge ao redor do mundo, é provável que haja mais valorização.

Prós: visual atemporal, dirigibilidade afiada, qualidade de construção e mecânica à prova de balas e interior prático e espaçoso.

Contras: fornecimento de peças e de mão de obra cada vez mais escassos e órfão de uma empresa morta, o que significa que a disponibilidade só vai encolher.

Preços: de US$ 14.600 a US$ 29.800

Suzuki Cappuccino 1991

Nunca recebeu a mesma atenção de kei cars rivais, mas agora as importações para os EUA  ultrapassaram as do Beat nos últimos anos e os valores médios estão aumentando duas vezes mais do que os do concorrente da Honda. Entusiastas das gerações Millennials e Z enviam mais de 80% das cotações de seguro, o que garante que haverá seguidores dedicados no futuro. É quase impossível encontrar um carro mais interessante por menos de US$ 10.000, supondo que você possa caber em um.

Prós: entre todas as alternativas ao Mazda Miata, muito mais confiável ​​do que qualquer coisa britânica; ar-condicionado é padrão, teto removível, econômico, boa dirigibilidade e personagem raro nos encontros de antigos.

Contras: dispensa qualquer um com mais de 1,80 m, partes mecânicas e de acabamento minguando, muitos foram customizados e não tão robusto quanto um Miata.

Preços: US$ 4.000 a US$ 22.000

Toyota SR5 1985

Por muito tempo considerada apenas uma picape usada, a quarta geração da SR5 (Hilux em outros mercados) finalmente alcançou o status de carro de colecionador. O número delas adicionadas às apólices da Hagerty quadruplicou desde 2017, com os colecionadores mais jovens sendo o segmento de crescimento mais rápido. Embora os mais velhos possuam atualmente 43% delas, os colecionadores com menos de 40 anos mais que dobraram sua participação desde 2019, de 7% para 16%.

Prós: confiável como um relógio suíço, aparência robusta e habilidades off-road.

Contras: rápida como um relógio suíço, propensão à ferrugem e a maioria foi usada para trabalho, então é difícil encontrar uma em bom estado.

Preços: US$ 6.600 a US$ 34.800

Harley-Davidson Knucklehead 1938

A Harley-Davidson ressoa com entusiastas de todas as idades. Esse interesse impulsiona a Knucklehead a um papel de protagonista entre as motocicletas da era da Segunda Guerra Mundial. Proprietários de Knucklehead têm quase três vezes mais probabilidade do que os proprietários de Indian Chief de terem menos de 45 anos, e esses entusiastas mais jovens estão garantindo Knuckleheads por 15% a mais do que os mais velhos.

Prós: um pedaço sólido e impassível da genuína América, mais rápida do que qualquer carro que você poderia ter em 1938 e o consistente apelo jovem significa que as perspectivas de investimento de longo prazo são brilhantes.

Contras: sem botão de partida, pode ser tão rabugenta quanto qualquer pessoa de 80 anos e controles desconhecidos antes de tudo ser padronizado.

Preços: US$ 46.600 a US$ 143.000 (Por Rodrigo Mora, da Forbes)

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