MEIO AMBIENTE

Colatina(ES) vai ganhar viveiro de mudas de Mata Atlântica.

Iniciativa é fruto da parceria entre Instituto Terra, Governo do ES e Prefeitura de Colatina.

Em 25/06/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Para ajudar a salvar as nascentes do Rio Doce e recobrir de verde áreas prioritárias da maior bacia hidrográfica do Sudeste brasileiro, o Instituto Terra firmou parceria com o Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), e a Prefeitura Municipal de Colatina para colocar em funcionamento um grande viveiro de espécies nativas de Mata Atlântica com capacidade para produzir até 5 milhões de mudas por ano.  

O viveiro será instalado no município de Colatina, ocupando grande parte da área do Horto Florestal do Córrego Santa Fé. A produção de mudas deve abastecer as ações de recuperação e proteção de nascentes desenvolvidas pelo programa Olhos D’Água, do Instituto Terra, bem como as do programa Reflorestar, do Governo capixaba. 

Com o programa Olhos D’Água, o Instituto Terra tem como meta recuperar as mais de 375 mil nascentes da bacia hidrográfica do Rio Doce dentro dos próximos 25 anos, revertendo o quadro de degradação ambiental da região e promovendo o aumento da vazão de água de um rio que é responsável por abastecer uma população de mais de 4 milhões de pessoas, além de importante produção rural, bem como de inúmeros empreendimentos industriais de grande e médio porte, expressivos para o PIB do Brasil e para a geração de energia. 

“A Floresta Atlântica é o bioma mais ameaçado do mundo e exige conhecimento técnico para seu reflorestamento, o que o Instituto Terra já detém. A nossa proposta é iniciar o viveiro com um milhão de mudas por ano, de 80 espécies nativas, e atingir a capacidade total de produção progressivamente”, afirmou Adonai Lacruz, superintendente Executivo do Instituto Terra. Segundo Lacruz, a localização privilegiada de Colatina vai facilitar a distribuição das mudas nos municípios incluídos na bacia hidrográfica. 

Todo o conhecimento técnico e científico necessário para a instalação do viveiro e produção das mudas será aportado pelo Instituto Terra, que conta em sua sede em Aimorés-MG, com um dos maiores viveiros de espécies nativas de Mata Atlântica do Brasil e também um moderno laboratório de sementes. 

O Termo de Cooperação prevendo a implantação do super viveiro já foi assinado pelas partes envolvidas e dentro dos próximos dias os convênios específicos devem ser formalizados junto ao Governo do Estado para dar início às atividades.  Para a primeira etapa do projeto são estimados investimentos da ordem de R$ 3 milhões. 

Com o menor volume de água já registrado em períodos de seca, menos de 280 metros cúbicos por segundo, o Rio Doce sofre principalmente pela falta da cobertura vegetal original de Mata Atlântica, que cobria quase integralmente a região da bacia hidrográfica e hoje se restringe a menos de 10%, levando a um quadro de intenso assoreamento do leito do rio e baixa retenção da água da chuva. 

Além de proteger as nascentes, as ações do programa Olhos D’Água do Instituto Terra envolvem a revegetação com mudas de Mata Atlântica das áreas prioritárias e a instalação de fossas sépticas biodigestoras nas propriedades rurais atendidas pelo programa, evitando a contaminação do lençol freático com o esgoto sanitário sem tratamento, que é um grave problema ainda evidenciado na área rural banhada pela bacia e que influencia na qualidade da água do Rio Doce.

Fonte: Instituto Terra