ESPORTE INTERNACIONAL

Com nota 10, Medina tira chance de Mineirinho assumir ponta e vai à final.

Gabriel Medina provou mais uma vez que ele é o cara na França.

Em 15/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Gabriel Medina provou mais uma vez que ele é o cara na França. Com direito a sua segunda nota 10 nesta edição da competição em Hossegor, o atual campeão mundial bateu Adriano de Souza, o Mineirinho, por 15,67 a 12,50, na manhã desta quarta-feira, acabou com a chance do compatriota assumir a liderança do ranking mundial e avançou para a final da nona e antepenúltima etapa do Circuito Mundial de 2015. Campeão nas ondas francesas em 2011 e vice em 2013, o jovem astro  vai encarar na decisão o australiano Bede Durbidge, que superou Julian Wilson na primeira semifinal. O embate acontecerá às 10h (de Brasília). Caso seja bicampeão no pico francês, Medina vai subir da sétima para a quinta colocação da temporada e continuará com chances de lutar pelo seu segundo título mundial.

- Eu consegui pegar uma bomba, mas não consegui ouvir na hora que eu tinha tirado nota 10. Acabei comemorando depois na areia. Estou muito feliz por estar na final. O Bede é um cara duro, mas espero ir bem, me divertir e ser campeão - disse Medina, que venceu o também paulista pela primeira vez em seis confrontos diretos.

Com a terceira colocação em Hossegor, Mineirinho continuará em segundo lugar na corrida pelo título mundial, mas viu diminuir a vantagem de Mick Fanning na ponta. Antes da França, ela era de 1.750 pontos, agora caiu para apenas 450 pontos (49.900 a 49.450), já que o australiano tricampeão mundial ficou em quinto lugar e somou 5.200 pontos.

- Estava difícil o mar. O Gabriel se dá muito bem nessa onda e acabou merecendo vencer. Eu desejo a ele boa sorte na final e espero que ele leve o título para o Brasil - comentou Adriano.

A disputa em Hossegor é a nona e antepenúltima parada da elite do surfe mundial nesta temporada. Depois restarão apenas os campeonatos em Peniche, em Portugal, entre a próxima terça-feira e o dia 31 deste mês, e Pipeline, no Havaí, de 8 a 20 de dezembro.

A bateria

No duelo entre os surfistas brasileiros mais influentes e competitivos no Circuito Mundial, Gabriel foi quem pegou a primeira onda. O campeão mundial surfou uma direita e recebeu nota 3,83. Mineirinho sabe que não pode dar moleza para o astro e tratou de pegar dois tubos. No primeiro, que era maior, ele ficou entocado, mas acabou sendo engolido pela parede e levou só nota 1,33. Porém, no segundo, que era menor, ele mostrou agilidade e saiu bem para receber nota 6,83. Medina tentou dropar uma direita e acabou caindo (0,20). Assim, Adriano somava 8,16 pontos contra 4,03 de Medina.

O segundo terço da bateria começou marcado por uma forte correnteza no mar. Isso fez com que os dois brasileiros tivessem dificuldade para se fixar na arrebentação. Adriano conseguiu encontrar um posicionamento melhor. Mas na primeira onda, ele não conseguiu grandes manobras e tirou nota 3,00, o suficiente para aumentar o seu somatório para 9,83. Medina somava 4,06 e precisava de 6,01 para assumir a ponta. Já na segunda onda, Mineirinho pegou um tubo para a esquerda e levou nota 4,17. Depois ele ainda pegou uma esquerda e deu três boas batidas para tirar 3,53.

Gabriel resolveu acordar quando faltavam 12 minutos. Ele mandou um aéreo com altura mediana e aterrissou de forma bonita, mas os juízes lhe deram nota 5,67. Pouco depois, a fera pegou um tubão para a esquerda, ficou entocado e ainda executo três manobras de qualidade para tirar nota 10 e assumir a liderança, com 15,67 pontos, contra 11,00 de Mineirinho, que passava a correr atrás de uma nota 8,85.

Adriano tinha cinco minutos para conseguir a nota que precisava. Mas ele apenas encontrou uma direita não muito boa. O resultado foi uma nota 5,67, insuficiente para ele conseguir a virada. Medina estava na final. Mineirinho continua em segundo no ranking.

Bede Durbidge é mais eficiente que Wilson

A primeira semifinal começou com o mar um pouco mexido, situação que dificultou a vida de Wilson, o quinto do ranking, e Durbidge, o número 16. Os dois australianos remaram bastante para achar o melhor posicionamento, e foi Julian quem se deu melhor. Ele enxergou um tubo para a esquerda, ficou um tempo entocado e recebeu nota 7,17. Bede tentou responder rapidamente em um tubo para o mesmo lado, mas acabou sendo engolido pela onda e somou apenas 1,50. Julian tratou de somar outra nota. Não foi tão boa, mas o 3,67 lhe rendeu o somatório de 10,84.

Aguerrido, Bede pegou uma direita e encaixou duas manobras para tirar 4,67. Ele encontrou um bom lugar no outside e surfou mais duas ondas em sequência. A primeira delas, lhe rendeu nota 5,40. Depois, veio a melhor. O veterano de 32 anos encontrou um tubo para a direita e levou nota 6,33 para assumir a ponta, com 11,73, contra 10,84 do quinto colocado no ranking.

Nos dez minutos finais, Julian corria atrás de uma nota 4,56 para se garantir na final. Alcançar a média teoricamente seria tranquila para o talentoso surfista, mas o mar deu uma acalmada e Wilson sequer tentou surfar uma onda. Vice-campeão do Rio Pro, em maio, Bede Durbidge estava na segunda final dele na temporada.

Baterias das quartas de final

1. Julian Wilson (AUS) 17,00 x Italo Ferreira (BRA) 9,00
2. Mick Fanning (AUS) 12,57 x Bede Durbidge (AUS) 14,10
3. Adriano de Souza (BRA) 15,37 x Owen Wright (AUS) 13,83
4. Gabriel Medina (BRA) 14,43 x John John Florence (HAV) 13,10

Baterias das semifinais

1. Julian Wilson (AUS) 10,84 x Bede Durbidge (AUS) 11,73
2. Adriano de Souza (BRA) 12,50 x 15,67 Gabriel Medina (BRA) 

Final

1. Bede Durbidge (AUS) x Gabriel Medina (BRA)

Fonte: GE