ECONOMIA INTERNACIONAL
Com preço em queda, empresários guardam petróleo em super navios.
Estratégia dos grandes comerciantes está elevando as taxas de frete de navios-tanque.
Em 13/01/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Alguns dos maiores comerciantes de petróleo do mundo contrataram nos últimos dias superpetroleiros para armazenar pelo menos 25 milhões de barris no mar, procurando aproveitar a queda dos preços da commodity e obter lucros.
O total de petróleo armazenado dessa forma deve aumentar ainda mais nas próximas semanas, uma vez que comerciantes adotam uma estratégia utilizada pela última vez em 2009, quando os preços caíram e levaram mais de 100 milhões de barris de petróleo para petroleiros.
Essa "saída" também está elevando as taxas de frete de navios-tanque, e as empresas de transporte têm visto os preços de suas ações subirem nos últimos dias.
Na semana passada, as empresas como a Trafigura, Vitol, Gunvor, Koch e a Shell começaram a afretar (alugar) petroleiros para o armazenamento flutuante por até 12 meses, segundo fontes da indústria e agendamentos de navios vistos pela Reuters.
Alguns dos petroleiros ainda poderiam, contudo, ser usados para o transporte convencional de petróleo. Shell, Trafigura, Vitol e Gunvor se recusaram a comentar. A Koch não pôde ser imediatamente contatada para comentar o assunto.
Bom negócio para quase todos
A estratégia funciona porque os preços do petróleo para entrega no futuro estão sendo negociadas com um prêmio para aqueles no mercado com entrega mais próxima - uma estrutura de mercado conhecida na indústria como contango -, com os investidores esperando uma recuperação dos preços, que já caíram quase 60% nos últimos sete meses.
A referência internacional, o petróleo Brent, caiu para pouco mais de US$ 45 por barril (aproximadamente R$ 119), perto de uma mínima de seis anos, ante uma média de US$ 110 entre 2011 e 2013.
"Se esta tendência continuar ampliando contango, esperamos por mais interesse afretador para a contratação de VLCCs como armazenamento flutuante", disse o analista da Omar Nokta, da Clarkson Capital Markets.
Mas, apesar do bom negócio, os custos envolvidos proíbem muitos participantes do mercado, com exceção dos maiores players.
Levando-se em conta o frete do navio e outras despesas, incluindo combustível e seguros, os custos totais mensais são estimadas em qualquer lugar na região de US$ 1,5 milhão por petroleiro.
Fonte: Agência Reuters