ECONOMIA NACIONAL
Condições climáticas pode impactar a safra de café de 2022
Volume representa acréscimo de cerca de 5,7 milhões de sacas em relação ao ciclo anterior
Em 23/05/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Se comparado com a colheita de 2020, último ano de bienalidade positiva, a produção esperada para este ano é 15,3% inferior, o que representa 9,65 milhões de sacas.
As condições climáticas registradas durante o desenvolvimento da safra 2022 de café são determinantes para a estimativa de produção de 53,4 milhões de sacas. De acordo com o segundo levantamento da cultura, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume representa um acréscimo de cerca de 5,7 milhões de sacas em relação ao ciclo anterior.
Se comparado com a colheita de 2020, último ano de bienalidade positiva, a produção esperada para este ano é 15,3% inferior, o que representa 9,65 milhões de sacas.
"A recuperação é limitada, uma vez que a estiagem e as geadas ocorridas ainda no ano passado, principalmente em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, debilitaram as plantas, influenciando no desempenho produtivo das lavouras de café", reforça o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.
O café do tipo arábica é aquele que mais deve ser influenciado pelo clima adverso, pois a sua concentração ocorre nessas regiões mais impactadas pelas baixas temperaturas e pela escassez hídrica. A expectativa ainda é de uma recuperação na produção em relação à safra passada, podendo chegar a 35,7 milhões de sacas do produto beneficiado. Porém, era esperado um potencial produtivo maior, por se tratar de um ciclo de bienalidade positiva. Se comparado com a safra 2020, a sinalização é de diminuição de 23,6% do volume total estimado.
"Os técnicos da Companhia que foram a campo acompanhar o desenvolvimento das lavouras relataram que, apesar da boa florada a partir das chuvas ocorridas, não houve um bom pegamento dos chumbinhos devido às condições fisiológicas das plantas", explica a superintendente de Informações da Agropecuária da Conab, Candice Romero Santos.
Para a produtividade média, o último ano de bienalidade positiva alcançou cerca de 32,21 sacas por hectare para o mesmo café arábica. Já na atual safra, a estimativa é de um rendimento médio de 24,6 sacas por hectare. Minas Gerais continua como o maior produtor de café do Brasil com 24,7 milhões de sacas produzidas, destas 24,4 são de arábica.
Em movimento oposto ao arábica, a produção de café conilon deve atingir um novo recorde, com colheita de 17,7 milhões de sacas beneficiadas - um aumento de 8,7% em relação à safra anterior, puxado pelo incremento de produtividade que tem sido recorrente a cada ano. No Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, a produção tende a ultrapassar as 12 milhões de sacas.
"Não houve registro de extremos climáticos no estado capixaba. Pelo contrário, o volume de chuvas e as temperaturas foram favoráveis para a cultura. O mesmo cenário foi verificado na Bahia. Em Rondônia, além das boas condições climáticas, os produtores seguem investindo em melhorias nos pacotes tecnológicos. Já os estados de Mato Grosso e Amazonas apresentam grande potencial para ampliar a produtividade e consequentemente a produção", ressalta o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen.
Área
Segundo o levantamento divulgado pela Companhia, a área destinada para o café está estimada em 2,2 milhões de hectares, aumento de 1,9% em relação a 2021. A elevação é esperada tanto para o espaço destinado para as plantas em formação como para aquelas em produção. Para a área em formação, que contempla plantios novos e áreas esqueletadas ou recepadas, a Conab estima cerca de 401,2 mil hectares, enquanto que as lavouras em produção devem se estender por 1,84 milhões de hectares, alta de 2,5% e 1,8% respectivamente.
Mercado
Nos quatro primeiros meses deste ano, o Brasil já exportou 14,1 milhões de sacas de 60 kg de café. O volume é 10,8% menor do que a quantidade exportada em igual período do ano passado, resultado influenciado pela queda na produção de café em 2021 e redução dos estoques internos nos primeiros meses de 2022.
"Atualmente, a oferta restrita do produto continua influenciando os preços. Por outro lado, a pressão baixista sobre o consumo aumenta as incertezas e a tendência atual é de muita volatilidade. Porém a recuperação limitada da produção brasileira impede quedas mais expressivas nas cotações de café e sustenta os valores praticados no mercado em patamares elevados", pondera o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
Tendência do clima
O destaque desta semana é a Região Nordeste, principalmente a costa leste que tem previsão de chuvas fortes. As simulações indicam acumulados entre 200 e 300 milímetros que podem trazer problemas para as capitais.
Na zona da mata, a chuva beneficia o desenvolvimento agrícola. As áreas produtoras de cana de açúcar entre Paraíba, Alagoas e Sergipe, o milho, feijão e mandioca também irão registrar chuva que favorece os cultivos em andamento.
Entre o litoral do Maranhão, Pará e Amapá, a tendência é de manutenção das chuvas fortes, inclusive em propriedades que trabalham com culturas de subsistência.
No Rio Grande do Sul há expectativa de chuva a partir de quarta-feira na metade sul que avança lentamente pelo estado e alcança Santa Catarina e Paraná no próximo fim de semana. No último domingo do mês (29/05), a chuva chega ao estado de São Paulo.
Espírito Santo
Destaque também para a chuva nos cafezais de conilon no estado capixaba e zona da mata que podem atrapalhar um pouco o trabalho de colheita.
As simulações mostram um início de junho caracterizado por chuva no centro-sul do Brasil, principalmente entre Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, acumulados perto de 100 milímetros. A chuva espalha pelo sudoeste de Goiás e Mato Grosso e essa chuva pode piorar a qualidade da pluma do algodão.
Frio
Volta a fazer frio a partir do fim de semana no Rio Grande do Sul com temperartura abaixo de 3ºC na metade sul gaúcha e na segunda-feira (30/05) o ar frio avança em direção a Santa Catarina. Mesmo diante desta queda de temperatura o frio não será tão intenso como se viu na semana passada.
Como monitorar o Clima na sua fazenda?
Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra.
O AgroclimaPRO é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações. (Clima Tempo)
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