NEGÓCIOS
Cone Sul aposta em rotas conjuntas para potencializar o turismo.
Chile e Argentina querem superar cada um dos 6 milhões de turistas.
Em 19/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Com rotas conjuntas e novas conexões aéreas, Argentina, Chile, Brasil e Paraguai desembarcaram na feira turística da FITUR, em Madri, decididos a diversificar a oferta e atrair mais visitantes.
De quarta-feira a domingo, estes países apresentam na feira turística mais importante do mercado latino-americano suas principais apostas, entre elas a rota jesuíta e um programa de colaboração chileno-argentino destinado a promover a Terra do Fogo.
Chile e Argentina querem superar cada um dos 6 milhões de turistas internacionais neste ano, e para conseguir isso, apostaram em cooperar no extremo sul do continente.
O objetivo é que "o turista recorra mais à região, fique mais dias e gaste mais" do que os atuais 150 dólares diários, explica à AFP Lorena Araya, diretora do organismo público chileno Sernatur para a região de Magallanes e Antártica.
O principal projeto da região, provido pela primeira na vez na Europa por ocasião da feira, é a rota das missões jesuítas entre Argentina, Paraguai, Brasil, Bolívia e Uruguai.
Inclui 30 povoados, que segundo as estimativas atraem por ano cerca de 250.000 turistas curiosos por ver as ruínas das missões católicas estabelecidas pela Companhia de Jesus nos séculos XVII e XVIII.
Um dos objetivos da rota será o desenvolvimento rural, de forma que "o turismo não se concentre somente nas grandes capitais, mas que o efeito permeie esses mais de trinta povoados tão distantes das grandes capitais", explicou à AFP a ministra paraguaia Marcela Bacigalupo.
O objetivo do Brasil não é menos ambicioso, já que em seu trecho da rota, que inclui sete lugares, quer passar dos atuais 50.000 turistas anuais para 300.000 em apenas dois anos, afirma José Roberto de Oliveira, coordenador do lado brasileiro.
Para isso, há um projeto de construção de uma ponte argentina-brasileira em um ponto-chave, entre San Javier (em Misiones) e Porto Xavier (no Rio Grande do Sul), será melhorada a sinalização das rodovias e haverá uma divulgação externa comum do único projeto turístico integrado do Mercosul.
Igualmente se está tentando harmonizar a política de vistos de Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil para facilitar a circulação de turistas de outras regiões.
O ministro brasileiro de Turismo, Marx Beltrão, disse que a ideia é ter um acordo pronto no primeiro semestre do ano, antes que seja implementada, no final de setembro, uma rota de 700 km, que poderá ser percorrida a pé ou de bicicleta, terminando nas cataratas do Iguaçú.
A rota jesuíta contará com o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que o ministro argentino Gustavo Santos estima em 100 milhões de dólares.
Além do financiamento e da logística, e considerado o componente religioso do projeto, os países participantes esperam uma ajuda muito simbólica: um gesto do papa Francisco, argentino e jesuíta, que sirva de "benção" a essa rota.
AFP